Milhares de pessoas marcharam ontem em Bruxelas para pressionar os líderes mundiais a tomar medidas mais audazes para combater a mudança climática na Reunião de Cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) em Glasgow que terá início este mês.
Umas 80 organizações participaram do protesto, que buscava ser o maior evento desse tipo na capital da União Europeia desde o início da crise do coronavírus, que deteve as marchas semanais do movimento climático.
Aproximadamente 25 mil pessoas, 50 mil de acordo com as organizações que convocaram, se somaram à Marcha pelo Clima. Ciclistas, famílias com crianças e manifestantes de cabelo branco encheram as ruas da cidade exigindo justiça climática e levando cartazes em inglês, francês e holandês. Houve até uma pessoa que exibia um urso polar de pelúcia na cabeça.
“Estamos à espera de medidas ambiciosas, unidas e coerentes”, explicou o presidente da Coalizão pelo Clima, Nicolas van Nuffel.
La tercera
Milhares de pessoas marcharam em Bruxelas
Da coalizão participam ONG, sindicatos, organizações juvenis e movimentos cidadãos
A preocupação dos ambientalistas é que a 26ª Conferência das Partes sobre Mudança Climática, conhecida como COP 26, a ser realizada em Glasgow a partir de 31 de outubro, produza políticas que não façam o suficiente para reduzir as emissões de carbono e frear o aquecimento do planeta.
A multidão incluiu pessoas com e sem máscara. Com uma das taxas de vacinação mais altas do mundo, a Bélgica está começando a aliviar as restrições da Covid-19 e permitir novamente esse tipo de reunião.
“Emergência climática é a questão política central da nossa época”, afirma Michael Löwy
O aquecimento global, causado pelas atividades humanas, já está provocando um agravamento dos incêndios, secas, tormentas e inundações em todo o mundo, motivo pelo qual os ativistas exigem limitar o aquecimento a 1,5º e conseguir a neutralidade de CO2 até 2050.
Os compromissos atuais provocariam um aumento “catastrófico” de 2.7ºC, segundo estimativas da ONU, longe do objetivo do Acordo de Paris de manter o aumento de temperatura abaixo dos 2ºC, e se for possível em 1,55ºC.
Na cidade chinesa de Kunming, David Cooper, subsecretário executivo da Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica, asseverou que a comunidade internacional deve investir muito mais e aumentar a escala e a velocidade de suas promessas de proteger a natureza e prevenir a perda de espécies.
A 15ª reunião da Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica, conhecida como COP15 começou na última segunda-feira (11), em Kunming, com o objetivo de gerar impulso para um ambicioso acordo para reverter décadas de destruição do hábitat causada pela invasão humana e a mudança climática.
Corrida nuclear e mudança climática antecipam apocalipse
Cooper disse em uma sessão informativa que os ministros que assistiram às reuniões virtuais desta semana devem mostrar mais ambição e dar uma “direção política clara” aos negociadores, que buscarão chegar a um acordo final em Kunming em maio de 2022.
Os grupos ambientalistas dizem que não há tempo a perder na proteção de hábitats e na diminuição das taxas de extinção, especialmente depois que os governos não conseguiram cumprir nenhum dos objetivos de biodiversidade para 2020 acordados no Japão há uma década.
“Atualmente, a maioria dos países estão gastando mais fundos em subsidiar atividades que destroem a biodiversidade do que gastam em conservá-la e isto terá que mudar”, apontou Cooper.
A ONU quer que os países se comprometam a proteger 30% de suas terras até 2030, algo já acordado pelos Estados Unidos e outras nações. A China ainda não se comprometeu, apesar de implementar um sistema de “proteção ecológica” que põe 25% de seu território fora do alcance dos desenvolvedores.
A agência oficial Xinhua descreveu a COP15 como um evento histórico organizado pela China, que tem como finalidade negociar um consenso único de uma década sobre a proteção da biodiversidade mundial, e que os países encontrem um terreno comum para “construir um futuro compartilhado para toda a vida na Terra”.
Redação La Jornada
Tradução: Beatriz Cannabrava
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