Pesquisar
Pesquisar

Mídia Argentina tenta "ressuscitar" Maurício Macri na reta final da eleição presidencial

Direto de Buenos Aires, jornalistas do ComunicaSul analisam e comentam a atuação da imprensa monopolista atua para tentar "milagre" no 27 de outubro
ComunicaSul
ComunicaSul
Buenos Aires

Tradução:

O debate eleitoral entre os postulantes à presidência na Argentina, ocorrida na noite de domingo (20), não teve vencedor. Com formato engessado e esvaziado de conteúdo político, a tônica do embate foi a disputa do voto pela rejeição ao oponente. Mesmo assim, o que se viu nos principais meios de comunicação da Argentina foi completamente diferente.

Direto de Buenos Aires, os jornalistas do ComunicaSul analisaram como os principais periódicos do país transformaram o insosso debate eleitoral em um golpe de Macri no amplo favoritismo da chapa formada por Alberto Fernandez e Cristina Fernández de Kirchner (candidata à vice-presidência).

A conversa contou com a participação de Vanessa Silva (Diálogos do Sul), Felipe Bianchi (Barão de Itararé), Rafael Duarte (SaibaMais) e Caio Teixeira.  

Direto de Buenos Aires, jornalistas do ComunicaSul analisam e comentam a atuação da imprensa monopolista atua para tentar "milagre" no 27 de outubro

ComunicaSul
Fac símile da capa de jornais argentinos

Jornalismo serviçal

Inimigos declarados do projeto nacional e popular iniciado por Nestor Kirchner na década passada, os grandes meios não se constrangem em colocar seu jornalismo a serviço de “ressuscitar” Macri na disputa – nas primárias, em agosto, o atual presidente, com 30% das intenções de voto, foi demolido pelo candidato da Frente de Todos, que arrematou 50%, placar cujos precedentes apontam para um cenário desolador para o mega-empresário de Buenos Aires. As projeções apontam que ele precisa de 2,5 milhões de votos para voltar a sonhar com o segundo turno.

Defensor de um discurso que se resume a jogar a mazela histórica da corrupção nas costas de Nestor e Cristina Kirchner, Macri, mesmo confrontado sobre inúmeros escândalos que protagonizou durante sua passagem pela Casa Rosada, insistiu no roteiro.

A defesa de seu mandato, que pode estar muito próximo do fim, se resumiu a ataques a Alberto Fernandez e à transferência de responsabilidade, aos governos anteriores, da ineficácia dos trágicos movimentos que levou a cabo, como a escalada do endividamento externo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) a troco de nenhum resultado positivo na busca por uma saída para a crise. Pelo contrário: a Argentina agoniza em um cenário de estrondosa inflação, desemprego em massa e o retorno de milhões de cidadãos à pobreza.

De acordo com os jornalistas do ComunicaSul, a aposta da mídia hegemônica na Argentina é reprovável, porém não surpreende. Os dirigentes do grupo Clarín, que monopoliza o sistema midiático do país, já declararam que contra os Kirchner se pratica o 'jornalismo de guerra', recordam.

Assista o programa na íntegra:

O Coletivo de Comunicação Colaborativa / ComunicaSul está cobrindo as eleições na Bolívia, Argentina e Uruguai com o apoio das seguintes entidades:

Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé; Hora do Povo; Diálogos do Sul

*A reprodução é livre, desde que citados os apoios e a fonte.

Veja também


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

ComunicaSul

LEIA tAMBÉM

Macron1
Temendo Le Pen, esquerda salva Macron e recupera o “neoliberalismo cor-de-rosa”
Maria-Corina_Machado-Venezuela
Desarticulação, golpismo, ataques ao chavismo: 10 erros-chave de Corina Machado na Venezuela
Eleições-Irã (1)
Mais de 61 milhões de iranianos vão às urnas nesta sexta (28); veja o que pensam os candidatos
emmanuel-macron-olaf-scholz (2)
Apoio inconsequente de Macron e Sholz à Ucrânia alimentou extrema-direita na UE