A mobilização foi convocada pela “Assembleia por um mar livre de petroleiras”. Milhares de jovens, famílias, trabalhadores da pesca, coletivos ambientalistas, movimentos sociais e da esquerda disseram “Não às petroleiras!” e exigiram a revogação da resolução 436/21, sancionada em 30 de dezembro, que autoriza a exploração sísmica e a exploração de petróleo próximo a Costa Atlântica a cargo da empresa norueguesa Equinor.
E o que implica a exploração sísmica? A técnica para a exploração sísmica utiliza bombas acústicas que se chocam com o fundo do mar, a fim de localizar e extrair hidrocarbonetos. No entanto, o estrondo afeta enormemente a biodiversidade marinha.
Segundo estudiosos, se geraria uma explosão a cada 10 segundos, 24h do dia. Seria portanto o segundo maior contribuinte de ruído subaquático, porque o primeiro são as explosões nucleares e militares. Por outro lado, sabemos que onde há petróleo, também há vazamento.
Como prova, há o exemplo de Río Negro e o vazamento de Vaca Muerta, com menos de um mês do ocorrido, afetando a fauna e a flora nativas.
#Atlanticazo En Mar del Plata y otras localidades de la costa, crece el rechazo a la exploración petrolera offshore. Miles se movilizaron siguiendo el camino de Chubut y Mendoza. El pueblo dice #NoEsNo. #MarSinPetróleo. pic.twitter.com/a1g1uyYfW8
— Nicolas del Caño (@NicolasdelCano) January 4, 2022
A resolução rechaçada pela mobilização leva a assinatura do ministro do Meio Ambiente, Juan Cabandié. E no dia 30 de dezembro, um decreto firmado pelo presidente Alberto Fernández, o chefe de Gabinete, Juan Manzur e o ministro da Economia, Martín Guzmán, definiu os royalties a serem pagos pelas petroleiras que realizem a exploração offshore no Mar del Plata.
Esquierda Diario
Milhares de jovens, famílias, trabalhadores da pesca, coletivos ambientalistas, movimentos sociais disseram “Não às petroleiras!"
Desta forma, ignoram o rechaço massivo de cientistas, organizações ambientalistas e universidades, que junto a mais de quatrocentas pessoas rejeitaram o relatório de impacto ambiental apresentado pela petroleira Equinor na audiência pública não vinculativa para tratar do tema. Após a audiência e o início das mobilizações na cidade, Cabandié suspendeu a resolução até o fim das eleições. Porém, neste dia 30 de dezembro, na véspera do Ano Novo, ele aprovou o projeto extrativista
El gobierno del FdT avanzan en la entrega de nuestros mares, en esto no hay grieta entre el peronismo y la derecha de cambiemos. pero las calles hablan. Como en Chubut, en Mar del Plata y la costa Atlántica las petroleras, No Pasarán! #Atlanticazo #MarSinPetróleo pic.twitter.com/TP1kuWjCmz
— Axel Jara (@axel_jara17) January 4, 2022
Podemos encontrar um motor comum da política extrativista tanto em Chubut quanto agora no mar argentino: a persistência do governo nacional em possibilitar o saque de recursos naturais em troca da obtenção de dólares para pagar ao FMI, a dívida ilegal e ilegítima deixada por Mauricio Macri.
No entanto, como milhares destacaram na terça-feira, a vitória em Chubut contra o rezoneamento da mineração abre caminho para o combate ao extrativismo em todo o país. Durante seis dias a província foi convulsionada por mobilizações massivas. Os trabalhadores e trabalhadoras portuários e marítimos fizeram greve, paralisando setores estratégicos da economia, como os portos, fazendo retroceder o governador que dias antes havia dito que “não pensava em recuar”.
Existem forças para vencer! Mas a luta está apenas começando. Nesta terça-feira (04/01) foram milhares os que protestaram por um mar sem petroleiras. No próximo sábado (08/01), às 9h, a “Assembleia Por um Mar Livre de Companhias Petrolíferas” se reunirá na Plaza España para debater desde a base como continuar a luta.
Confira aqui mais foto do ato na Argentina.
Redação Esquerda Diário
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