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Movimentos negro e indígena debatem racismo ambiental e demarcação de terras na COP27

"Se a gente fala de justiça climática, a gente não pode esquecer dos povos indígenas e da justiça social", afirma Wal Munduruku, participante da cúpula
Redação Brasil de Fato
Brasil de Fato
São Paulo (SP)

Tradução:

A Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), iniciada neste domingo (6) no Egito, conta com a participação de diversos militantes brasileiros. Entre eles estão delegações da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), da Coalizão Negra por Direitos e da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq). 

A COP também inclui a presença do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que aceitou os convites de governadores da Amazônia Legal e da presidência egípcia para participar do evento.

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A Apib tem como pauta central a demarcação de Terras Indígenas (TIs) no país. A associação afirma que as TIs “são as áreas com maior biodiversidade e com vegetação mais preservadas, visto que são territórios protegidos e manejados pelos povos originários“. 

“Se a gente fala de justiça climática, a gente não pode esquecer dos povos indígenas e da justiça social. Nós, povos indígenas, temos responsabilidade nessa proteção”, afirma Wal Munduruku, umas das participantes da cúpula.

Para ela, a presença de Lula no evento é uma oportunidade. “A gente precisa fazer urgentemente com que ele [Lula] assuma esse compromisso de demarcação de terras e de não liberação de mineração em territórios indígenas“, defende.

A importância da manutenção dos territórios já existentes e da demarcação de novas terras indígenas pode ser demonstrada com dados. Um cruzamento de informações realizado pela APIB em 2022, em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental do Amazonas (Ipam), com dados do MapBiomas, aponta que no Brasil 29% do território ao redor das TIs está desmatado, enquanto dentro das mesmas o desmatamento é de apenas 2%. 

Dinamam Tuxá, coordenador executivo da APIB, vai participar do painel “Transição governamental e política socioambiental brasileira” no dia 9 de novembro.

"Se a gente fala de justiça climática, a gente não pode esquecer dos povos indígenas e da justiça social", afirma Wal Munduruku, participante da cúpula

Reprodução
Valorização dos territórios quilombolas e escuta das pautas do Sul Global integram as pautas da Coalizão Negra por Direitos na COP27




Movimento negro

A comitiva da Coalizão Negra por Direitos leva à COP27 a denúncia sobre o racismo ambiental que existe no Brasil. Entre os principais pontos da pauta do grupo estão a redução das desigualdades para que o país alcance a justiça ambiental, implantação de metas ambientais que levem em conta as ameaças à população negra, a valorização dos territórios quilombolas e a escuta das pautas do Sul Global.


Em vídeo publicado nas redes sociais, a Conaq também elencou suas pautas para a COP.


Redação | Brasil de Fato
Edição: Thalita Pires 


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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