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Antineoliberal: Biden propõe orçamento de US$ 6 tri para investir em infraestrutura, educação e combater mudanças climáticas

Segundo o The News York Times, “os Estados Unidos elevariam seu gasto federal a um nível sustentado mais alto desde a Segunda Guerra Mundial”
David Brooks
La Jornada
Nova York

Tradução:

A proposta do orçamento federal de 6 trilhões de dólares que foi apresentada pelo presidente Joe Biden nesta sexta-feira, inclui investimentos públicos massivos em infraestrutura, educação, para combater a mudança climática e ampliar programas de bem-estar social a níveis sem precedentes em décadas.

Segundo documentos e fontes oficiais que passaram detalhes ao New York Times e ao Washington Post nesta quinta-feira, a proposta para o orçamento federal inclui as magnas propostas de investimento em infraestrutura, estímulo econômico e geração de emprego e assistência social já apresentadas pelo presidente (além do pacote de estímulo econômico de 1,9 trilhões de dólares que foi aprovado em março).

Segundo o Times, “os Estados Unidos elevariam seu gasto federal a um nível sustentado mais alto desde a Segunda Guerra Mundial”.  Biden tem insistido que sua prioridade é dar apoio a famílias trabalhadoras da “classe média” e sobretudo às de baixa renda.

Ao mesmo tempo, a proposta continua a virada anti-neoliberal do governo de Biden, rompendo o consenso bipartidário básico que tem dominado na política econômica do governo desde os tempos de Ronald Reagan até agora.

Segundo o The News York Times, “os Estados Unidos elevariam seu gasto federal a um nível sustentado mais alto desde a Segunda Guerra Mundial”

Governo dos Estados Unidos
Biden tem insistido que sua prioridade é dar apoio a famílias trabalhadoras.

Na projeção econômica da proposta, está contemplado um déficit de 1,3 trilhões de dólares pelo resto da década. A dívida pública se incrementaria até superar o PIB anual. Ao mesmo tempo, Biden propõe financiar sua ambiciosa agenda econômica elevando impostos sobre os mais ricos e às empresas – inclusive usando para se referir e eles, e talvez sem sabê-lo, o termo que os movimentos altermundistas e Ocupa Wall Street inseriram no vocabulário político nacional: “o 1%”.

Vale recordar que a proposta para o orçamento federal tem que ser submetida ao Congresso e se espera que haverá obstáculos e modificações durante o debate e eventual aprovação de algum pacote. Alguns especialistas assinalam que por ora Biden conta com o controle de ambas as câmaras por seu Partido Democrata, embora com margens reduzidas.

Em comentários sobre a economia hoje em Cleveland, Biden ofereceu os argumentos que usará para justificar sua proposta: “agora é o momento para construir a fundação que assentamos, fazer investimentos audazes em nossas famílias, comunidades e na nação. Sabemos pela história que este tipo de investimento eleva tanto o piso como teto de uma economia para todos”.

Celebrou a recuperação econômica pós-pandemia dos Estados Unidos afirmando que “os casos de Covid estão diminuindo… as solicitações de (assistência ao) desemprego estão em baixa. A fome está diminuindo. Vacinas se incrementam. O emprego se incrementa. O crescimento se eleva, para dizer simplesmente, Estados Unidos está regressando”.

E reiterando sua mensagem econômica popular, afirmou que “começamos a observar a bolsa de valores e os lucros empresariais e o pagamento executivo como a única medida de do êxito econômico. Deixem-me dizer-lhes algo: minha única forma de medir o êxito econômico é ver como estão as famílias trabalhadoras”.

No entanto, não explicou por que não está incluindo em suas propostas mecanismos para outorgar seguro saúde a quase todos ou a redução da dívida estudantil, entre outras coisas que havia prometido na campanha eleitoral.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

* Tradução: Beatriz Cannabrava

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.
David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

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