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ToggleO partido de extrema direita Vox fracassou na moção de censura apresentada ante o Congresso dos Deputados da Espanha para derrocar o atual governo de coalizão, presidido pelo socialista Pedro Sánchez, e que tem como associado a formação de esquerda Unidas Podemos (UP).
Depois de dois dias de debate, no qual não se duvidou da continuidade do atual Executivo, a iniciativa foi votada: 201 votos contra, 53 a favor e 91 abstenções.
Em discurso de ódio, Vox quer fim do governo Sánchez por aliança com bascos e catalães
Vox, em uma ofensiva política qualificada por muitos analistas como “excêntrica” e até “absurda”, apresentou esse recurso consciente de que não tinha os apoios suficientes.
Ainda assim, postulou como “candidato” para a chefia do governo o ex-professor universitário de economia, ex-militante do Partido Comunista e anti franquista, Ramón Tamames, de 89 anos, com a intenção de obter mais apoio.
Durante o debate, Tamames apresentou o que em teoria seria o seu programa de governo, que foi amplamente contestado por Sánchez, que empregou mais de três horas em suas duas intervenções.
![Partido opositor apresentou moção de censura mesmo consciente de que não tinha os apoios suficientes](https://dialogosdosul.operamundi.uol.com.br/wp-content/uploads/2023/10/4c84632d-a388-45aa-bb83-fc9aef151b5b.png)
Foto de Congreso de los Diputados
Santiago Abascal, líder do partido de ultradireita Vox
Representação governamental
Em representação do governo, também tomou a palavra a segunda vice-presidenta, Yolanda Díaz, a qual aproveitou a ocasião para impulsionar sua candidatura à frente do bloco de esquerda emergente que aspira substituir a UP, que como marca eleitoral está em decadência, nas vésperas de serem celebradas eleições municipais e regionais, no próximo 28 de maio e as legislativas, previstas para o final do ano.
Esta votação só constatou que o Vox somou um deputado mais à sua causa – à margem dos 52 de seu grupo –, e foi Pablo Cambronero, um ex-líder do Ciudadanos.
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A coalizão de governo se manteve unida à sua continuidade ante esta ameaça, da mesma forma que o resto de seus sócios parlamentares, como os nacionalistas bascos e catalães, apesar das grandes diferenças que persistem em assuntos importantes, como a futura lei de moradia, a derrogação da lei de mordaça ou as políticas públicas para conter o incremento da inflação.
Finalmente, o direitista Partido Popular (PP) optou pela abstenção, da mesma forma que outros três deputados independentes. É a segunda vez que o Vox perde uma moção de censura contra o atual governo, cuja votação em outubro de 2020 o PP votou contra.
No total, é a sexta moção apresentada desde a restauração da democracia na Espanha em 1976 e a quarta nos últimos seis anos. De todas elas, a única que saiu na frente e conseguiu derrubar o governo foi a realizada contra o ex-presidente Mariano Rajoy, em 2018, que foi justamente a que levou Pedro Sánchez ao poder.
Armando G. Tejeda | Correspondente do La Jornada em Madri.
Tradução: Beatriz Cannabrava.
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