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"Nossa luta por um país justo será pelo resto da nossa vida", lembra Lula em discurso de vitória

"Povo brasileiro quer ter de volta a esperança. É assim que eu entendo a democracia", disse ainda o novo Presidente do Brasil neste domingo (30)
Redação Brasil de Fato
Brasil de Fato
São Paulo (SP)

Tradução:

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez seu primeiro discurso depois da confirmação da vitória em São Paulo. Em uma fala de estadista, Lula definiu as linhas centrais de seu futuro governo, chamou o povo brasileiro para superar divergências e reconstruir o país em torno de uma prioridade clara: a dura luta contra a miséria. 

“A nossa luta não começa e não termina com a eleição. A nossa luta por um país justo, em que todos os brasileiros possam trabalhar, estudar, comer, será pelo resto da nossa vida”, afirmou. “O Brasil é a minha causa, o povo é minha causa, e combater a miséria e a razão pela qual eu vou viver até o fim da minha vida.” 

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Lula iniciou sua fala agradecendo aos apoios que recebeu no segundo turno, citando em especial as senadoras Simone Tebet (MDB-MS) e Eliziane Gama (Cidadania-MA). Agradeceu também a seu vice, Geraldo Alckmin, a quem chamou de “grande companheiro”, e a Fernando Haddad, candidato derrotado ao governo de São Paulo e ex-ministro da educação: “grande parceiro, que fez uma campanha extraordinária”.

“A vida inteira sempre achei que Deus foi muito generoso comigo, por sair de onde eu saí e chegar onde eu cheguei. Sobretudo nesse momento em que nós não enfrentamos um homem, um candidato. Enfrentamos a máquina do Estado brasileiro, colocada a serviço do candidato a reeleição, para tentar evitar que nós ganhássemos as eleições”, afirmou Lula. 

“Eu me considero um cidadão que teve um processo de ressureição na política brasileira. Porque tentaram me enterrar vivo, e eu estou aqui para governar esse país numa situação muito difícil, mas tenho certeza de que, com a ajuda do povo, vamos encontrar uma saída para que esse país possa viver harmonicamente, e a gente possa restabelecer a paz entre as famílias, os divergentes.”

"Povo brasileiro quer ter de volta a esperança. É assim que eu entendo a democracia", disse ainda o novo Presidente do Brasil neste domingo (30)

Reprodução
"Não existem dois Brasis. Somos um único país, um único povo, uma grande nação"

Pacificação

Novamente acenando para a pacificação, Lula afirmou que o grande vencedor das eleições foi o povo brasileiro. “É a vitória de um imenso movimento democrático que se formou acima dos partidos políticos, dos interesses pessoais, das ideologias, para que a democracia saísse vencedora.”

Lula então qualificou essa democracia: “o povo brasileiro quer viver bem, comer bem, morar bem. Um emprego, com salário justo reajustado sempre acima da inflação, e políticas públicas de qualidade. O povo brasileiro quer ter de volta a esperança. É assim que eu entendo a democracia. Não apenas como uma palavra bonita escrita na lei, mas como algo palpável que podemos construir no dia a dia. Foi com essa democracia real, concreta, que assumimos compromisso durante a campanha. E vamos buscar construir a cada dia de nosso governo.”

Lula afirmou que a economia precisa voltar a “funcionar como instrumento para melhorar a vida de todos, e não para perpetuar desigualdades”. Para isso, citou o apoio à agricultura familiar e aos micro e pequenos empreendedores, além de ações para combater as desigualdades de gênero e raça. 

“Só assim seremos capazes de construir um país de todos, com direitos igualitários, cuja prioridade sejam as pessoas que mais precisam”, disse. “Nosso compromisso mais urgente é acabar com a fome outra vez”, garantiu. 

Acenando novamente com a pacificação do país, Lula uniu as ideias de combate à desigualdade e de união do povo brasileiro. 

O senso da coletividade sobre o indivíduo: como perdemos e por que devemos recuperar?

“Não existem dois Brasis. Somos um único país, um único povo, uma grande nação. Não interessa a ninguém viver em uma família onde reina a discórdia. É hora de reunir de novo as famílias, refazer os laços rompidos pela propagação criminosa do ódio. A ninguém interessa viver em um país dividido”, defendeu. 

“O Brasil não pode mais conviver com esse imenso fosso sem fundo, esse muro de concreto e desigualdade que separa o Brasil em partes desiguais que não se reconhecem. Esse país precisa se reconhecer, se reencontrar consigo mesmo.”

Redação | Brasil de Fato
Edição: Nicolau Soares


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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