O termo “terrorismo” começou a ser usado no século 18, principalmente para designar atos de violência praticados por governos com o objetivo de garantir a submissão da população civil.
Este é um conceito nada bom para aqueles governos praticantes do “terrorismo de Estado”, os quais, como detentores do poder, acham-se na posição de controlar a forma de pensar e a liberdade de expressão.
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Enfim, o significado original se perdeu e o termo “terrorismo” passou a ser empregado, principalmente, para atentados em pequena escala, praticado por pessoas ou grupos*.
Embora o termo fosse empregado outrora para denotar a vontade de Impérios que submetiam seus povos e o mundo, agora seu significado está restrito à noção daqueles que incomodam os poderosos; o termo ainda se aplica a impérios inimigos, que podem mudar de categoria de acordo com a necessidade de poder e o tipo de ideologia.
O conto de Santo Agostinho e o terrorismo de EUA e Israel sob a bandeira da autodefesa
Hoje usamos o termo “terrorismo” para assinalar o uso de ameaça ou o emprego de violência com o propósito de intimidar ou coagir, quer o terrorismo seja do Império, quer do “ladrão”. Ou seja, os “atos terroristas” tornam-se práticas abomináveis somente quando cometidos por alguém do lado deles e não do nosso. Caso contrário, são atos de autodefesa!
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Foto: Times Of Gaza
Iníquos são aqueles que, sob o falso manto do antissemitismo que a história naufragou, defendem o sionismo assassino do governo de Netanyahu
Cobiça americana
As vítimas do terrorismo internacional nas últimas décadas têm sido os cubanos, países de quase toda a América Latina, e, principalmente, do Oriente Médio, atraídos pela cobiça americana pelo petróleo.
Nessas últimas décadas temos visto Israel, o braço longo do Império Americano, bombardear campos paupérrimos de refugiados palestinos, assassinando civis, geralmente sofrendo apenas arremedos de retaliação; Israel, quantas vezes, não enviou seus soldados ao Líbano para operações “antiterroristas”, matando e destruindo impunemente; Israel sequestrando navios e despachado centenas de palestinos reféns para campos de concentração; a expansão à força e sob submissão dos palestinos, para implantação das novas colônias por judeus orientais na Cisjordânia, e isto tudo nunca foi considerado “terrorismo”!!!!
Por que Israel não pode derrotar o Hamas
Agora, em resposta a uma ação terrorista do Hamas, que deixou mais de mil mortos, destrói toda a faixa de Gaza, território palestino habitado por mais de 2 milhões de seres humanos, massacra propositalmente mais de 30 mil crianças e mulheres, invade impunemente hospitais, leva para locais desconhecidos seus médicos, assassina pacientes! Destrói a população civil pela fome, sede e doenças.
E a isto não se denomina “genocídio”? É, sim, o verdadeiro holocausto do povo palestino!
Anistia não! Se terrorismo em Brasília ficar impune, democracia sairá enfraquecida
Os protestos que se levantam, como a voz corajosa do Presidente Lula, são tratadas como antissemitismo, como uma iniquidade!
Iníquos são aqueles que, sob o falso manto do antissemitismo que a história já naufragou, defendem o sionismo assassino do governo proto-nazista de Netanyahu.
Obs.: Nos anos 2000, Benjamim Netanyahu foi chanceler do governo de Israel. Em conferência internacional sobre terrorismo, declarou: “O aspecto que define o terrorismo é o assassinato e mutilação deliberados e sistemáticos de civis como o intuito de aterrorizar.”
Hoje, o que faz Israel?
Referências:
– Origens e causas fundamentais do terrorismo internacional. Secretariado da ONU, 1975.
– Los Angeles Times, 28/12/1975.
– Chomsky, N. “Piratas e Imperadores: o terrorismo internacional no mundo real”. Bertrand Brasil.
Carlos Russo Jr. | Colunista na Diálogos do Sul.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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