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Organizações apresentam 3 milhões de petições para pressionar Biden por quebra de patente da vacina contra Covid

Em maio foi elogiada a declaração do governo dos EUA a favor da suspensão, somando-se a uns 120 países, porém nada foi feito desde então
David Brooks
La Jornada
Nova York

Tradução:

Organizações sociais, sindicatos, de saúde, religiosos e legisladores entregaram mais de 3 milhões de petições ao governo de Joe Biden instando-o a que cumpra com seu compromisso a favor de uma suspensão temporária das regras internacionais de propriedade intelectual que continuam limitando o acesso a vacinas e outros tratamentos ao redor do mundo.

As organizações e líderes pedem que Biden demonstre a liderança dos Estados Unidos perante o mundo ao promover uma suspensão temporária das barreiras de propriedade intelectual que protegem a indústria farmacêutica na próxima reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) que será realizada em 30 de novembro. Em maio foi elogiada a declaração do governo de Biden a favor da suspensão, somando-se a uns 120 países – a maioria dentro da OMC – mas transcorreram 6 meses, e um ano desde que a África do Sul e Índia primeiro impulsionaram a proposta de suspensão temporária. 

Em maio foi elogiada a declaração do governo dos EUA a favor da suspensão, somando-se a uns 120 países, porém nada foi feito desde então

Wikimedia
O presidente dos Estados Unidos Joe Biden tem sido pressionado pela quebra de patente da vacina

Diante da falta de ação dos Estados Unidos, obstaculizaram a iniciativa a União Europeia e o Reino Unido

As demandas de diversas organizações nos Estados Unidos são parte do apoio nacional a favor do suspensão temporária das regras de propriedade intelectual, com uma maioria dos legisladores democratas, 400 organizações civis e acadêmicos e figuras públicas, entre outros. Por sua vez, todos eles formam parte de um apelo mundial a favor da suspensão impulsionada por 250 organizações internacionais, ex-mandatários, prêmios Nobel , nas quais participam várias confederações sindicais internacionais, como Médicos Sem Fronteiras, Anistia Internacional, Oxfam, Avaaz, Greenpeace e outras mais.

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Lori Wallach, diretora de Global Trade Watch na organização nacional Public Citizen – entre as principais organizadoras deste esforço nacional e internacional declarou hoje que “a coisa mais importante que a OMC pode fazer para pôr fim à pandemia é sair do caminho ao remover as barreiras de propriedade intelectual para salvar vidas”. Agregou que tal suspensão só será lograda se “o governo de Biden aplicar uma máxima pressão diplomática e política… Tudo está em jogo – um fracasso em obter uma suspensão prolongará a pandemia levando a mais mortes, doenças, dificuldades econômicas e problemas sociais e políticos” por todo o mundo.

“Entendo, como líder sindical, que um dano contra um é um dano contra todos”, afirmou Sara Nelson, presidenta do sindicato nacional de comissários de bordo ao enfatizar a solidariedade internacional que deve demonstrar seu país para enfrentar a pandemia ao redor do mundo. 

“Durante o último ano, as empresas farmacêuticas demonstraram que não podemos contar com elas para oferecer acesso a vacinas anti-Covid para todos, em toda parte.  Só a ação concertada por governos para obrigá-las a compartilhar sua tecnologia, conhecimento e propriedade intelectual conseguirá isso”, afirmou Abby Maxman, presidenta da Oxfam América.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

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