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Diálogos do Sul lança campanha de assinaturas colaborativas no Catarse

“Manter os meios alternativos é também uma forma de fortalecer a democracia”, diz Paulo Cannabrava Filho, editor e fundador da publicação
Redação
Diálogos do Sul
São Paulo (SP)

Tradução:

O pensamento único do neoliberalismo dominou os meios de comunicação e até mesmo algumas universidades. A profusão de informações e de conteúdo enganoso torna cada vez mais difícil a compreensão da realidade. 

Dá para conviver com isso? Está difícil, não acha?

O jornalismo brasileiro nunca precisou tanto de pluralidade como agora. Neste cenário, a revista Diálogos do Sul lança sua campanha de financiamento coletivo para, com o apoio de seus leitores, seguir estimulando o pensamento crítico e fornecendo informações de qualidade. 

Criada em 2011 para ser a continuidade da Cadernos do Terceiro Mundo, a Diálogos do Sul se fia nos princípios que nortearam a revista lançada em 1975 e que, bravamente, enfrentou criticamente as ditaduras repressivas e o pensamento neoliberal que assolaram tanto a Nossa América, como a África e a Ásia.

“Manter os meios alternativos é também uma forma de fortalecer a democracia”, diz Paulo Cannabrava Filho, editor e fundador da publicação

Diálogos do Sul
O jornalismo brasileiro nunca precisou tanto de pluralidade como agora.

Diálogos do Sul foi fundada por pessoas que compunham a equipe da Cadernos do Terceiro Mundo e gente nova, imbuída da mesma ética jornalística, da mesma vontade de olhar crítica e criativamente a realidade e com a mesma vocação integradora e de solidariedade entre os povos.

“O que mais me inquieta é essa ditadura do pensamento único, imposta pelo capital financeiro, agravada agora por um governo errático. Como superar isso? Só com o desenvolvimento do pensamento crítico e isso só é possível apoiando uma revista que tenha essa visão como princípio”, diz Paulo Cannabrava, editor e fundador da Diálogos do Sul.

Sob o comando de Cannabrava, jornalista com mais de 60 anos de carreira, a missão da revista Diálogos do Sul é oferecer análises aprofundadas de temas relacionados às conjunturas locais e mundial e de dar voz aos protagonistas das luta dos movimentos sociais historicamente negada pelos meios de comunicação.

Impacto

“Eu tinha 14 anos quando descobri que era palestina. A Cadernos do Terceiro Mundo foi a primeira revista que não distorceu [nossa história] e por ela descobri que não éramos terroristas”, lembra Amyra El Khalili.

A história da professora de economia socioambiental foi marcada pela atuação da revista. “Eu lembro de um jovem da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) que me perguntou: 

– Amyra é seu nome? 

– É. 

– De onde você é? 

– Das Arábias, da Jordânia. 

– Não, você é palestina. Khalili quer dizer Hebron e Amyra quer dizer princesas, então seu nome é princesas de Hebron. Olha aqui o que fizeram com o seu povo!

E me mostrou a Cadernos do Terceiro Mundo que contava o massacre de Sabra e Chatila”, que matou, estima-se, 3.500 palestinos em um campo de refugiados em Beirute, no Líbano, em área sob ocupação das forças armadas de Israel.

Cadernos do Terceiro Mundo deixou de ser impressa em 2005 por já não contar com financiamento. “Fazer jornalismo de qualidade custa caro. É preciso ter bons profissionais e manter uma infraestrutura tecnológica compatível, além de assegurar mobilidade à equipe. E isso requer recursos, ou seja, dinheiro”, ressalta Cannabrava. 

Ele observa ainda que os leitores são a “única fonte de recurso que temos. São as pessoas que nos acompanham, que acreditam na necessidade de uma revista alternativa, de pensamento divergente que sustentam esse projeto”. “Manter os meios alternativos é também uma forma de fortalecer a democracia”, conclui o jornalista. 

O economista Ladislau Dowbor, professor da PUC-SP, reitera a importância da campanha de financiamento coletivo: “o trabalho que sempre me acompanhou é a dimensão dos comentários, análises políticas, econômicas, sociais através de Cadernos do Terceiro Mundo, hoje Diálogos do Sul. A revista continua sendo um baluarte na nossa luta e tem que continuar existindo. É importante nos transformarmos em uma rede de apoio para garantir que ela continue”.

Como assinar

Você pode fazer uma contribuição mensal utilizando o cartão de crédito ou boletos nos valores de R$ 15, R$ 25, R$ 35, R$ 50, R$ 100 ou R$ 500. Para cada faixa, oferecemos uma recompensa simbólica como fotos do ensaio  “Povos em luta: imagens que contam histórias”, do fotojornalista Marcelo Cruz, os e-books “A Era do Capital Improdutivo”, de Ladislau Dowbor, “Governo de ocupação para implantar o caos no Brasil”, de Paulo Cannabrava e o livro “A Governabilidade Impossível — Reflexões sobre a partidocracia brasileira”, também de Paulo Cannabrava.

Para contribuir, basta acessar o site www.catarse.me/dialogosdosul, escolher o valor relativo à contribuição e fazer login, como explicamos no vídeo abaixo:


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Redação

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