Pesquisar
Pesquisar

Protestos nos EUA denunciam assédio sexual e escravidão contra trabalhadores agrícolas

Coalisão de Trabalhadores de Immokalee pede que rede de fast food Wendy's se incorpore ao Programa de Comida Justa, que luta contra esses abusos no campo
David Brooks
La Jornada
Nova York

Tradução:

Como parte de sua inesgotável luta por erradicar as condições de escravidão nos campos agrícolas de Estados Unidos, a Coalisão de Trabalhadores de Immokalee realizou um plantão e teatro de rua na zona de luxuosos escritórios em Nova York, em sua campanha para obrigar a cadeia de comida rápida Wendy’s a se somar ao Programa de Comida Justa.

Na frente do edifício em Park Avenue de Trian Partners, principal acionista institucional de Wendy’s, uma delegação de trabalhadores dos campos de tomate na Flórida junto com seus aliados locais – entre esses líderes religiosos protestantes, católicos e judeus, sindicalistas, estudantes, integrantes do governo municipal da cidade e organizações de imigrantes – realizou um protesto para continuar com sua campanha de pressão e boicote de quase oito anos para demandar que a empresa se some a quase todas as outras cadeias de comida rápida que estão dentro do Programa de Comida Justa.

Sindicatos se fortalecem nos EUA

Lupe Gonzalo da Coalizão de Trabalhadores de Immokalee (CIW) declarou que “os abusos dos direitos humanos infestaram a indústria durante demasiado tempo, e essa é exatamente a razão pela qual construímos o Programa de Comida Justa: para pôr fim aos abusos e recuperar nossa dignidade”. 

Gonzalo, junto com Gerardo Reyes e outros líderes presentes afirmaram no ato que Wendy’s recusou-se a somar-se ao programa, apesar de persistiram condições de escravidão no campo estadunidense e, portanto, é uma decisão empresarial cada vez mais inaceitável e contrário à tomada por todas as outras empresas desse ramo. 

Agora, tanto acionistas individuais junto com agrupamentos de consumidores e o CIW, estão demandando que seja expulso da diretoria de Wendy’s Nelson Peltz -simpatizante de Donald Trump – e outros três diretores impostos por Trian Partners já que eles encabeçaram ao rechaço a uma resolução aprovada no ano passado pela maioria esmagadora dos acionistas a favor de outorgar proteções aos trabalhadores na cadeia de fornecedores de alimentos à empresa. 

Gonzalo disse à La Jornada que embora Wendy’s insista que seus trabalhadores não estão nessa condição, e que além disso grande parte dos produtos agrários que consome provêm de estufas e não dos tradicionais campos de cultivo, “seus trabalhadores continuam padecendo assédio sexual e roubo de salários”.  

Coalisão de Trabalhadores de Immokalee pede que rede de fast food Wendy's se incorpore ao Programa de Comida Justa, que luta contra esses abusos no campo

InfoMoney
Funcionários do McDonald’s fazem greve e vão às ruas por melhores salários Leia mais em: https://veja.abril.com.br/economia/funcionarios-d

Relações trabalhistas nos campos

A CIW conseguiu transformar as relações trabalhistas nos campos do sudeste de Estados Unidos com cultivadores que se incorporaram ao programa. 

CIW é uma organização de direitos humanos fundada e dirigida por trabalhadores agrícolas – a maioria imigrante mexicanos, centro-americanos e caribenhos – ganhadora da Medalha Presidencial de Estados Unidos, e reconhecida internacionalmente por suas conquistas nos campos de responsabilidade social, esforços contra a violência sexual, organização comunitária e na luta por pôr fim à escravidão. 

O Programa de Comida Justa criado por CIW é uma associação sem precedentes entre trabalhadores agrícolas, cultivadores e 14 das principais empresas do setor de alimentos, incluindo Walmart, McDonald’s, Whole Foods e Burger King, que estabelece um código de conduta criado pelos trabalhadores no qual está a zero tolerância para o trabalho forçado e o assédio sexual, além de incrementar o pagamento aos diaristas

Para mayor información: ciw-online.org

David Brooks, correspondente de La Jornada em Nova York
Tradução de Beatriz Cannabrava.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

Assista na TV Diálogos do Sul


Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.

A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.

Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:

  • PIX CNPJ: 58.726.829/0001-56 

  • Cartão de crédito no Catarse: acesse aqui
  • Boletoacesse aqui
  • Assinatura pelo Paypalacesse aqui
  • Transferência bancária
    Nova Sociedade
    Banco Itaú
    Agência – 0713
    Conta Corrente – 24192-5
    CNPJ: 58726829/0001-56

       Por favor, enviar o comprovante para o e-mail: assinaturas@websul.org.br 


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

LEIA tAMBÉM

Quenia-FMI
Nova jornada de manifestações no Quênia exige queda de Ruto e das políticas abusivas do FMI
Milei
Javier Milei acusa FMI de sabotagem e enfrenta divisões internas no governo
China-Xiamen-Airlines
China ultrapassa EUA e se torna país que mais gasta com turismo no mundo
Petro-Colômbia
"Saída do neoliberalismo": Petro celebra aprovação da reforma da previdência na Colômbia