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Foto: Jogos Olímpicos Oficial

Recorde olímpico, amor ao esporte e dedicatória a Fidel: a lenda cubana Mijaín López

Mijaín López conquistou 5 ouros consecutivos nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 e bateu marca de Michael Phelps e Carl Lewis
Redação Resumen LatinoAmericano
Resumen LatinoAmericano
Buenos Aires

Tradução:

Guilherme Ribeiro

Acima de lendas como Michael Phelps e Carl Lewis, o lutador cubano Mijaín López entrou nesta terça-feira (6) em Paris, aos quase 42 anos, na lenda dos Jogos Olímpicos, com uma quinta medalha de ouro consecutiva na mesma prova individual, feito que ninguém havia conseguido até hoje.

Mijaín López celebra seu quinto título olímpico consecutivo com a bandeira cubana e a medalha de ouro.

Basta olhar o pedigree dos atletas com os quais o colosso de quase dois metros compartilhava o recorde de quatro ouros para perceber a magnitude do feito, resultado de uma longevidade excepcional no mais alto nível.

Esse seleto grupo é composto pelos norte-americanos Carl Lewis (atletismo, salto em distância entre Los Angeles 1984 e Atlanta 1996), Michael Phelps (natação, 200 metros medley entre Atenas 2004 e Rio 2016), Katie Ledecky (natação, 800 metros estilo livre entre Londres 2012 e Paris 2024) e Al Oerter (atletismo, lançamento de disco entre Melbourne 1956 e Cidade do México 1968), pelo dinamarquês Paul Elvstrom (vela, classe Finn entre Londres 1948 e Roma 1960) e pela japonesa Kaori Icho (luta livre, entre Atenas 2004 e Rio 2016).

Após Pequim, Londres, Rio e Tóquio, López se coroou pela quinta vez na categoria dos 130 quilos na luta greco-romana. “É preciso amar seu esporte, ser profissional e mostrar ao mundo que com pouco se pode conseguir grandes coisas. A sinceridade e a humildade contam muito na vida para alcançar tais resultados”, declarou após conquistar a nova medalha dourada.

Leia também | Paris 2024: espetáculo, poder político e sacrifício nos Jogos Olímpicos

“Ele não é muito sensível à glória. Faz isso por amor ao seu esporte, por prazer. Se Deus lhe deu a oportunidade de ser o maior da história, por que não aproveitá-la?”, comentou seu treinador, Raúl Trujillo.

Preservado entre cuidados pelo seu staff, López não havia competido durante três anos. Apesar de quatro hérnias discais, ele se preparou bem para Paris.

Nestes Jogos, completou um percurso impressionante, derrotando em particular o atual campeão mundial, o iraniano Amin Mirzazadeh, nas quartas de final, antes de dominar sem tremer, na última etapa na terça-feira à noite, o chileno de origem cubana Yasmani Acosta (6-0).

As botas de Mijaín López sobre o tatame

Após vibrar na semana passada com as façanhas do judoca francês Teddy Riner, a Arena Champ-de-Mars brindou López, outra lenda viva de seu esporte, com uma ovação digna de seu currículo quando, ao terminar o último combate, ele descalçou e deixou suas botas sobre o tatame, uma tradição entre os lutadores que se aposentam.

“Temos que deixar espaço para os jovens. Os treinos e as lutas contra pessoas mais jovens me convenceram de que era hora de parar”, ressaltou.

Fiel à sua Cuba natal, apesar dos cantos de sereia de outros países, Mijaín López quis dedicar seu título ao “nosso comandante em chefe”, em referência a Fidel Castro.

Seu recorde poderia ser igualado dentro de quatro anos se a nadadora americana Katie Ledecky, de 27 anos, continuar até os Jogos de Los Angeles, como parece pretender.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Redação Resumen LatinoAmericano

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