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REPEM: Novos desafios para as mulheres latino-americanas

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Patricia Jaramillo
Patricia Jaramillo

Em véspera da celebração da sétima Assembleia da REPEM-LAC Rede de Educação Popular entre Mulheres da América Latina e do Caribe, a RED VA conversou com Patricia Jaramillo.

A Coordenadora Regional falou sobre as tarefas que vêm sendo adiantadas para a assembleia e suas expectativas.

REDVA:  Como  vão os preparativos e a logística para a Assembleia?

Patricia Jaramillo: Estamos justamente a menos de um mês da celebração da sétima Assembleia Geral Ordinária da REPEM-LAC. Depois de uma série de obstáculos particularmente financeiros tivemos a possibilidade de chegar a fevereiro em Havana, Cuba para realizar a Assembleia e o Seminário Internacional Além de Beijing +20, Novos Desafios e Perspectivas das Mulheres da América Latina e do Caribe.

Beijing-Poster3REDVA:  As expectativas?

Patricia Jaramillo: Estamos muito emocionadas porque, apesar dos problemas financeiros para o funcionamento das organizações sociais e particularmente de mulheres vamos poder reunir aproximadamente 50 mulheres entre sócias da REPEM, representantes de organizações irmãs como o CEAAL, CLADEM, CLADE e adicionalmente vamos ter a companhia de duas das agências de cooperação que nos apoiaram nesses últimos anos e particularmente para a Assembleia, como a DVV da Alemanha e o Centro Cooperativo Sueco.

REDVA: Qual vai ser a programação do evento?

Patricia Jaramillo: O seminário internacional e a assembleia terão começo no dia 13 à tarde e continuaremos pelos dias 14, 15 e 16 até o meio dia. O tempo é restrito, mas esperamos assumir discussões muito interessantes sobre as agendas e as vidas das mulheres no contexto internacional. Também abordaremos o tema de educação e economia do cuidado, e particularmente o tema das estratégias para chegar a uma educação ao longo da vida para as mulheres. Esses elementos vão nos ajudar a projetar um plano de ação para os próximos cinco anos e poderemos ver, como REPEM e com as demais mulheres da América Latina e do Caribe que nos acompanham como será a sequência de Beijing+20.

REDVA: Como está o panorama com a relação a Beijing e os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio?

Patricia Jaramillo: A realidade é que ONU MULHERES e Nações Unidas para celebrar os vinte anos da conferência de Beijing não vão realizar uma conferência da mulher, mas um evento no marco da Assembleia Geral das Nações Unidas. Nós, dos movimentos feministas e das organizações sociais de mulheres da região estamos nos reunindo há um ano e meio e nos preparando para isso. Temos participado em diferentes espaços e isso se junta com o tema do cumprimento dos ODM e o evento dos Objetivos do Milênio pós 2015, o que nos mostra uma coincidência de agendas internacionais onde temos que incidir e deixar a nossa marca. Este ano se comemoram também os 15 anos da conferência de Dakar e todas as diferentes atividades que se realizaram em torno da educação. Vale a pena dizer que em todos os documentos de educação para Beijing+20 e nos documentos que as Nações Unidas trabalharam para os objetivos pós 2015, a educação, em geral, está pouco elaborada e muito mais a educação para mulheres e com maior acento a educação das mulheres ao longo de toda a vida. Esses são elementos que temos que discutir, buscar a maneira de propor e lançar uma campanha na assembleia, e trabalhá-la ao longo dos próximos cinco anos e se possível além disso.

REDVA: Com relação às novas filiações e a vida atual da rede, como está o panorama?

Patricia Jaramillo: Tivemos tristezas, mas também muitas alegrias. Vão estar presentes com voz e voto cerca de quarenta pessoas, mais as companheiras da Federação de Mulheres Cubanas que esperamos que concretizem sua reafiliação, já que o processo foi um pouco complexo pelo tema das comunicações.

repem11Agora é preciso dizer que tivemos que presenciar o fechamento, a reestruturação ou a redução de realização de atividades de várias de nossas associadas na região. Umas cinco organizações sócias tiveram que fechar por causa da questão do financiamento, dadas as circunstâncias que se apresentam com relação à cooperação internacional. É preciso dizer também que este ano haverá o fórum internacional para o financiamento e a ajuda para o desenvolvimento. Nos últimos anos não tivemos sorte e isso também tem relação com o fenômeno que presenciamos na América Latina; passamos de ser países de baixa renda ou de muito baixa renda a ser países de renda média e isso nos coloca em uma situação de não ser países elegíveis para a cooperação. Mas ao mesmo tempo em que supostamente temos renda média, somos a região menos equitativa do mundo, ou seja, com altos ingressos econômicos, com crescimento econômico importante, mas também com um maior crescimento da pobreza, de tal maneira que são esses elementos que afetaram muito o funcionamento das organizações e do movimento social em geral.

REDVA: e as alegrias?

Patricia Jaramillo: Com os cursos e outras ações que fizemos virtualmente, e algumas atividades realizadas com muito afinco de nossas sócias em diferentes países, recebemos a solicitação de afiliação à REPEM de sete novas organizações de mulheres jovens e isso significa uma transição geracional muito importante. Necessitamos que gente jovem assuma esse trabalho para que possamos entregar-lhes o que temos feito e que sigam adiante com suas ideias, seu frescor, sua criatividade, desafiando o movimento social a construir e sonhar. A isso queremos convidá-las e a isso queremos chegar em Cuba. Seguir sonhando e construindo utopias.

 

Fonte: La Red Va – Boletim Mensal da REPEM-LAC


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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