Na tarde desta quarta-feira (8), o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, conhecido por suas ligações com a extrema direita, promoveu um encontro na Câmara dos Deputados com parlamentares bolsonaristas e o próprio Jair Bolsonaro (PL).
Durante a reunião foram exibidas imagens veiculadas por Israel sobre um ataque atribuído ao grupo Hamas, datado de 7 de outubro. De acordo com os parlamentares presentes, a exibição dos vídeos visa elucidar aspectos da guerra entre Israel e Palestina.
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Zonshine, ao longo do último mês, já se encontrou com figuras proeminentes do círculo bolsonarista, incluindo Eduardo Bolsonaro (SP), Nikolas Ferreira (MG), Carla Zambelli (SP), Sóstenes Cavalcante (RJ), Julia Zanatta (SC), André Fernandes (MA) e Cabo Gilberto Silva (PB).
A aproximação do embaixador com o bolsonarismo tem como objetivo principal desestabilizar o governo Lula. Vale lembrar que Zonshine recentemente não poupou críticas ao PT e à administração Lula por conta da guerra.
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Ao mesmo tempo, Bolsonaro e seus aliados trabalham para atrelar a imagem de Lula ao Hamas – grupo considerado terrorista por Israel e outros países, embora esta classificação seja objeto de debate internacional em outros contextos.
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Foto: Reprodução/X
José Carvalho: Tudo indica que é um conluio entre a extrema-direita brasileira na Câmara
O jornalista José Reinaldo Carvalho, editor internacional do Brasil 247, cobrou uma “retaliação diplomática” do Brasil ao embaixador.
“Algum tipo de punição, de retaliação, o Brasil deve fazer em relação a essa intolerável medida intervencionista que ele tomou ontem ao ir à Câmara dos Deputados. Ele que provocou toda essa situação, ele que organizou, juntamente com os deputados de extrema-direita. Tudo indica que é um conluio entre a extrema-direita brasileira na Câmara, o ex-presidente e o regime nazisionista do Benjamin Netanyahu. Então realmente é uma atitude perigosa para o Brasil. Alguma atitude de retaliação diplomática o Brasil precisa tomar para impedir que essa manobra vá adiante”.
Ele ainda lembrou da aproximação exagerada entre Brasil e Israel que Jair Bolsonaro promoveu durante seu governo, o que ameaçou inclusive a economia brasileira ao gerar indisposição frente aos países árabes.
“O Bolsonaro, durante seu desgoverno, foi um dos principais aliados do governo do Netanyahu no mundo. O governo se associou àquelas medidas do governo Trump de transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, em um ato de provocação aberta contra os palestinos e o conjunto dos países árabes. Naquele momento, a relação do Brasil com os países árabes ficou bastante abalada, a tal ponto que se falava nos bastidores de Brasília que a verdadeira embaixadora do Brasil para resolver os problemas políticos que o Brasil tinha com determinados países, naquela época a China e os países árabes, era a ministra da Agricultura, porque o Itamaraty era um apêndice da extrema direita e corroborava todas as atitudes do Bolsonaro. E todo mundo sabe como aquilo prejudicaria as exportações do agronegócio brasileiro para os países árabes. Então até esse aspecto, a danificação a economia nacional pelo Bolsonaro por conta dessa sua gestão perigosa de política externa, até isso foi efeito dessa relação intrínseca que Brasil tinha com Israel”.
Redação | Brasil 247
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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