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Sanções dos EUA contra Irã prejudicam China; Pequim pede fim de medidas

"Cremos que a ameaça e uso de sanções não resolverá nenhum problema", afirmou Geng Shuang, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores
Redação Prensa Latina
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Pequim

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A China exigiu que os Estados Unidos respeitem suas relações com o Irã e deixem de prejudicar empresas domésticas com a imposição de ao país persa de sanções unilaterais que têm caráter extraterritorial.

Geng Shuang, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores defendeu, em entrevista coletiva, os vínculos econômicos entre Pequim e Teerã e assegurou que desenvolvem um modelo de cooperação multifacetada, legal, mutuamente benéfica e sem afetar a terceiros.

Portanto, apelou a Washington a que retire de imediato medidas prejudiciais para as companhias chinesas que têm negócio com o Irã e advertiu que recorrerá aos meios necessários para proteger seus direitos e interesses.

"Cremos que a ameaça e uso de sanções não resolverá nenhum problema", afirmou Geng Shuang, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores

montagem Canal Rural
Teerã atacou as instalações depois que a Casa Branca ordenou o assassinato de seu general Qasem Soleiman

“Cremos que a ameaça e uso de sanções não resolverá nenhum problema. A China considera que os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas (…) devem reger as relações entre os países e suas diferenças devem ser manejadas por vias pacíficas”, agregou Geng. 

Da mesma forma, apelou a todas as partes a apostar pela resolução política e delinear ações concretas que permitam garantir a distensão, a estabilidade e a paz no Oriente Médio e na região do Golfo.

O porta-voz chinês se pronunciou em resposta às novas sanções anunciadas pelo presidente Donald Trump contra o Irã pelo recente bombardeio às bases militares dos Estados Unidos no Iraque. Teerã atacou essas instalações depois que a Casa Branca ordenou o assassinato do general Qasem Soleimani.

Alemanha, França e Reino Unido defendem acordo nuclear com o Irã

Os líderes da Alemanha, Angela Merkel; França, Emmanuel Macron, e Reino Unido, Boris Johnson, reiteraram seu respaldo ao acordo nuclear com o Irã, tomando distância do interesse dos Estados Unidos em destruí-lo.

Em uma declaração conjunta publicada pelo Palácio do Eliseu, consideraram que o pacto firmado em 2015 em Viena, com a participação ademais da China e da Rússia, desempenha um papel chave na preservação do regime de não proliferação nuclear.  

Da mesma forma, recordaram sua postura inequívoca de lamento e preocupação pela decisão da Casa Branca de retirar-se da iniciativa e regressar às sanções contra Teerã. Encontro do G7 em 9 de novembro de 2018

Apesar das difíceis circunstâncias, temos trabalhado com tenacidade para preservar o acordo, com o qual expressam compromisso todas as outras partes, França, Reino Unido, Alemanha, Rússia, China e Irã, sublinharam. “Hoje, nossa mensagem é clara: continuamos ligados ao acordo e a sua preservação”.

O presidente estadunidense, Donald Trump, levou à saída dos Estados Unidos do pacto e às sanções unilaterais, ao que o governo persa respondeu com o distanciamento progressivo do acordo de Viena, embora esclarecendo que não de maneira irreversível.

O texto insta, nesse sentido, ao Irã a retornar ao comprimento de suas obrigações.

Várias propostas diplomáticas de negociação lideradas pela França, em fóruns como a ONU e o G-7, foram ignoradas por Washington, que insiste em sua postura ameaçante e retórica belicista.

A declaração firmada por Merkel, Macron e Johnson inclui vários elementos considerados por analistas uma maneira de não “incomodar muito a Trump”, ao defender o “objetivo” de que o “Irã jamais desenvolva armas nucleares”, apesar das garantias de Teerã de que essa não é sua meta. 

Além da acusação ao Irã de apostar à desestabilização regional “justamente por intermédio do corpo dos Guardiões da Revolução Islâmica e da força Al-Qods”, em uma cara justificativa do assassinato do general iraniano Qassem Soleiman pelos Estados Unidos, ação que atiçou as tensões e os perigos de guerra. 

Empresário do Canadá culpa Trump de desestabilizar o Oriente Médio

O diretor geral da Maple Leaf Foods, Michael McCain, culpou o presidente Donald Trump de desestabilizar a região do Oriente Médio e o responsabilizou do acidente do avião da Ucrânia no Irã.  Em uma série de tuítes, McCain, citado por CBC News, apontou que “um narcisista em Washington desestabilizou a região, o que finalmente conduziu a que um míssil iraniano derrubara acidentalmente um avião de passageiros ucraniano”, matando as 176 pessoas à bordo, incluindo,  a família de um empregado de sua companhia, disse. 

O empresário sustentou que o tempo transcorrido desde o acidente não aplacou sua ira pelo que descreve como um “série de eventos desnecessários e irresponsáveis no Irã”, enquanto crescem as demandas para amenizar a tensão criada na área. 

O senador dos EUA John McCain cumprimenta o Brig. Gen. Michael Colangelo, comandante da Guarda Nacional Aérea do Arizona

Da mesma forma, estimou, que o mundo tinha encontrado um caminho para as relações com o Irã que na maioria dos casos “era a direção correta”, em aparente referência à retirada de Washington do acordo alcançado com Teerã sobre o uso pacífica da energia nuclear. 

“Um narcisista em Washington destroça as conquistas mundiais; desestabiliza a região. Os Estados Unidos agora não são bem-vindos em todas as partes na área, inclusive no Iraque; as tensões escalaram a um tom febril”, afirma McCain.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.
Redação Prensa Latina

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