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Sem capacidade eleitoral, direita tenta golpe como o de 2019 na Bolívia, denuncia Evo

Movimentos populares estão percorrendo país em apoio ao governo e contra locaute realizado pela oposição, que pretende federalizar a Bolívia
Redação AbrilAbril
AbrilAbril
Lisboa

Tradução:

A marcha de apoio ao executivo de Luis Arce, em defesa da democracia e da unidade da Bolívia entra no quarto dia, tendo feito quase metade do percurso entre Oruro e La Paz, onde deve chegar segunda-feira (29).

Na Marcha pela Pátria, convocada pelo Movimento para o Socialismo (MAS), os participantes procuram mostrar que estão ao lado do governo de Arce e que repudiam as manobras desestabilizadoras da direita no país.

A marcha partiu, na terça-feira (23), de Caracollo (departamento de Oruro) com destino à capital, onde se prevê que organizações sociais, sindicatos e estudantes se juntem, dia 29, aos marchantes. Na partida, em Caracollo, a iniciativa teve à cabeça o presidente boliviano, Luis Arce, o vice-presidente, David Choquehuanca, e o presidente do MAS, Evo Morales. Arce pediu a todos os bolivianos que defendam a unidade face às agressões da oposição e afirmou que esta mobilização mostrará a coesão popular, refere a Prensa Latina.

Movimentos populares estão percorrendo país em apoio ao governo e contra locaute realizado pela oposição, que pretende federalizar a Bolívia

Prensa Latina
A Marcha pela Pátria, entre Oruro e La Paz, entra hoje no quarto dia

Até ao momento, os participantes fizeram mais de cem dos 226 quilômetros do trajeto. Aderiram à marcha, entre outras organizações, a Central Obrera Boliviana, a Confederación Sindical Única de Trabajadores Campesinos, a Confederación Nacional de Mujeres Campesinas Indígenas Originarias-Bartolina Sisa e a coligação de esquerda Pacto de Unidad.

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Nesta quinta (25), à chegada à localidade de Patacamaya, Evo Morales afirmou que a população marcha unida para “defender a revolução democrática e cultural liderada pelo presidente Luis Arce e o vice-presidente David Choquehuanca”.

“A direita procura desestabilizar o país através de paralisações forçadas para reeditar um golpe militar como o de 2019”, “porque jamais conseguirá uma vitória eleitoral para chegar ao poder”, sublinhou Morales, que apelou à coesão: “A unidade do povo é sempre a derrota da direita e das políticas norte-americanas”, frisou.

Proposta de federalismo não parte do povo e responde a interesses da direita

O governador do departamento de Santa Cruz, Fernando Camacho, adiantou à imprensa uma proposta de federalização da Bolívia.

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Em resposta, o presidente do Senado, Andrónico Rodríguez, afirmou nesta quarta-feira (24) que esta atitude se entende, pois Camacho “foi o protagonista da ruptura da ordem constitucional e de todos os princípios democráticos em 2019, mas não conseguiu nada com isso e nós recuperámos a democracia com o voto do povo”, informa a Agência Boliviana de Información (ABI).

Para Rodríguez, a proposta de federalismo responde ao “desespero” de Camacho e “não é uma exigência genuína do povo, não expressa o sentimento e a necessidade prioritária do conjunto dos bolivianos”, pelo que carece de aceitação.

Por seu lado, Javier Flores, eleito do MAS em Potosí, afirmou que, com a proposta, o elemento da direita boliviana pretende evitar que a região partilhe a riqueza dos seus recursos.

Santa Cruz, Sucre e Tarija são departamentos produtores de riqueza natural e é-lhes aplicado o Imposto Direto aos Hidrocarbonetos, que vai para as universidades, municípios e departamentos do país, refere a ABI.

Flores entende que Camacho está tentando fazer com que os recursos naturais sejam canalizados exclusivamente para Santa Cruz.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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