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Sem planejamento econômico estratégico, Brasil continuará a dar "voos de galinha"

A poucos meses das eleições, falta proposta que possa se tornar um efetivo instrumento de luta política, seja pela esquerda, centro ou direita
Guilherme Ribeiro
Diálogos do Sul Global
Bauru (SP)

Tradução:

O Brasil está a nove meses das eleições presidenciais e a população alimenta expectativas por mudanças. Desde 2016, o país assiste à criação de políticas profundamente subservientes ao neoliberalismo baseadas em teto de gastos, precarização das condições trabalhistas e reforma previdenciária, agravadas pela pandemia da covid-19 e toda a ingerência e negacionismo com que o governo Bolsonaro lidou com o problema.

No entanto, é necessário moderação com o que se esperar para os próximos anos. Isso porque, segundo o sociólogo e professor Ricardo Gaspar, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), ainda não há um programa compartilhado, que envolva concentração de interesses e com potência para se tornar um efetivo instrumento de luta política, seja pela esquerda, centro ou direita: “Nenhum segmento da sociedade brasileira tem sido capaz até hoje de chegar a esse grau de coesão de consistência programática”, explica o professor.

Durante o programa Dialogando com Cannabrava, transmitido pelo canal TV Diálogos do Sul, no YouTube, o jornalista Paulo Cannabrava Filho e Ricardo Gaspar analisaram os desafios que o Brasil ainda deve enfrentar para que alcance progressos econômicos e sociais significativos.

Ricardo afirma que o país observou grande progresso industrial até a década de 1980, mas após houve um esgotamento do padrão de crescimento causado pelas mudanças liberais patrocinadas pelos Estados Unidos. Ainda de acordo com Gaspar, o Brasil foi vítima disso, “mas vítima participativa e de forma consentida”, salienta. As consequências deste período são vistas até hoje: “O crescimento no Plano Real e no período Lula foram efêmeros e não apontaram para nenhuma transformação estrutural na economia brasileira”, aponta o professor.

Sem um planejamento verdadeiramente estratégico, continuaremos alcançando apenas pequenos surtos de crescimento, que não vão se configurar em uma saída para os problemas do país no médio e longo prazo: “Continuaremos com esse voo de galinha, ou esse stop-and-go, vai um pouquinho e para”, explica Gaspar.

Confira a conversa completa na TV Diálogos do Sul:


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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Guilherme Ribeiro Jornalista graduado pela Unesp, estudante de Banco de Dados pela Fatec e colaborador na Revista Diálogos do Sul.

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