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Foto: Carles Puigdemont / Flickr

Sugestão de Puigdemont após eleição na Catalunha cria tensão com governo Sánchez; entenda

Distribuição dos assentos após as eleições do último domingo (12) é complexa e desperta mais incertezas do que certezas
Armando G. Tejeda
La Jornada
Madri

Tradução:

Beatriz Cannabrava

A porta-voz do Executivo espanhol e ministra da Educação, Pilar Alegría, nesta quarta-feira (15) respondeu com firmeza à proposta do ex-presidente catalão Carles Puigdemont, que pretende que o Partido Socialista da Catalunha (PSC), vencedor nas eleições autonômicas do último domingo, se abstenha de facilitar sua investidura. “Há questões que não convencem. Que ninguém compra. Os catalães falaram de forma contundente. Os catalães falaram no domingo com máxima clareza. Há um partido que ganhou. Não há que especular. O governo catalão decide-se na Catalunha”, disse.

A resposta do governo do socialista Pedro Sánchez não só significa rejeitar a proposta de Puigdemont, que tem sete deputados no Congresso dos Deputados da Espanha, e graças a eles o mandatário conseguiu levar adiante sua investidura, mas também deixa as mãos livres para o PSC e seu líder, Salvador Illa, negociarem com o restante das formações políticas os pactos de governo ou de investidura.

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A distribuição dos assentos após as eleições do último domingo é complexa e desperta mais incertezas do que certezas, embora o candidato socialista Illa, com 42 deputados, seja o único que tem chances de levar adiante uma investidura, seja com um acordo tripartido com os partidos de esquerda, PSC (42), Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) 20 deputados e Comuns Sumar (6), ou, em caso contrário, com um governo em minoria do PSC e Comuns Sumar com a abstenção de alguns partidos, como ERC, o Partido Popular (PP) ou ambos. Embora também seja muito difícil.

Por isso, o discurso do porta-voz do Executivo espanhol à proposta de Puigdemont foi tão contundente: “é preciso atender ao pedido dos catalães para abrir uma nova etapa. Não temos dúvidas de que haverá governo na Catalunha, de que a esta legislatura restam três anos”, afirmou Alegría, diante das perguntas sobre as consequências que o confronto com Puigdemont e seu partido poderiam acarretar, que são determinantes para o Executivo de Pedro Sánchez para levar adiante suas iniciativas.

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O líder independentista respondeu com uma mensagem em suas redes sociais, lembrando que “em 2006, Artur Mas venceu as eleições com seis deputados a mais do que o PSC tem agora, mas não governou. No ano passado, Collboni (prefeito de Barcelona) perdeu as eleições e conseguiu o cargo graças a um acordo com o PP e tem um governo em minoria. Pedro Sánchez perdeu as eleições espanholas apesar de ter presidido o governo espanhol por quatro anos, e hoje continua no cargo governando em minoria”.

Enquanto isso, no Senado espanhol, com maioria absoluta do Partido Popular de direita, a lei geral de anistia foi rejeitada, como era de se esperar, e agora voltará ao Congresso espanhol para ser votada novamente e para sua aprovação final, que será aproximadamente no final de maio.

La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Armando G. Tejeda Mestre em Jornalismo pela Jornalismo na Universidade Autónoma de Madrid, foi colaborador do jornal El País, na seção Economia e Sociedade. Atualmente é correspondente do La Jornada na Espanha e membro do conselho editorial da revista Babab.

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