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ÚLTIMO DIA: Pela acusação de antissemitismo, rede de solidariedade pede adesões em defesa do cartunista Carlos Latuff

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Na lista dos 10 mais antissemitas do mundo, o Centro Simon Wiesenthal colocou na terceira posição o chargista brasileiro Carlos Latuff, que em seus desenhos sempre manifestou solidariedade pela causa palestina e denunciou as arbitrariedades do governo Israelense.

De acordo com o jornalista e escritor Mário Augusto Jakobskind, tal organização confundiu sionismo com semitismo e seguiu a lógica daqueles que consideram todos os críticos da política de Israel como opositores do povo judeu.

Confira a carta do cineasta Silvio Tendler em apoio ao cartunista e faça parte dessa rede enviando um e-mail diretamente para Jakobskind (jakobskind@hotmail.com). Não deixe de compartilhar esta iniciativa!

***

“Dia 19, fui depor na quinta delegacia a respeito de uma acusação mentirosa de constrangimento ilegal por parte de um grupo de militares sediciosos. No dia seguinte, você veio a minha casa hipotecar solidariedade, me entrevistou e colocou no youtube.

Conversamos muito, inclusive sobre sionismo, semitismo, etc. Te desafiei a irmos juntos a Israel e Palestina. Você me disse que não conseguiria entrar e, se entrasse, não te deixariam sair.

Duvidei.

Você, infelizmente, tem razão.

Um centro criado para caçar criminosos nazistas, que perseguiram, mataram, deportaram, torturaram judeus durante a segunda guerra, agora é utilizado, de forma equivocada, para embaralhar sionismo com semitismo. Te consideraram como o terceiro maior antissemita da atualidade. Depois de você vem um clube inglês que, num bairro judeu de Londres, louva Hitler e as câmeras de gás;  partidos efetivamente antissemitas na Grécia e na Ucrânia vem depois do nome de um cartunista que usa sua arte para defender suas ideias.

Antissionista,sim; antissemita, não. Até porque, de descendência árabe, você também é semita e afinal somos todos igualmente circuncisos. Tuas charges não são mais antissemitas que um artigo de Ury Avnery, Amira Haas ou de Gideon Levy, todos judeus, israelenses.

O moldavo Lieberman, sim, é antissemita com o comportamento racista que destila ódio entre árabes e judeus, habitantes ancestrais de uma terra onde ele vive há pouco mais de dez anos.

Tua charge com Bibi espremendo uma árabe para tirar votos dos eleitores isrelenses reflete uma triste realidade.

Esse rabino que te colocou nessa lista não sabe do que está falando. Caminhemos junto rumo a um mundo laico e fraterno que congregue árabes e judeus num espaço de paz, progresso, respeito mútuo e fraternidade.”

 

 


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.
Revista Diálogos do Sul

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