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Foto: UNRWA

Universidades da Espanha defendem suspensão de acordos com instituições israelenses

"Universidades espanholas já expressaram e reafirmaram em várias ocasiões seu compromisso permanente com a paz, a convivência e a justiça", afirmam em comunicado
Armando G. Tejeda
La Jornada
Madri

Tradução:

Beatriz Cannabrava

A associação que reúne as universidades espanholas, a Conferência de Reitores das Universidades Espanholas (CRUE), emitiu um comunicado no qual assinala que, diante dos “graves acontecimentos” que estão ocorrendo na Faixa de Gaza, defende “suspender” ou “rever” qualquer tipo de acordo com universidades do Estado de Israel que não se distanciem de forma clara da ofensiva militar. A CRUE é um organismo dirigente que representa 76 universidades espanholas – 50 públicas e 26 privadas – que vem precedido por uma série de acampamentos de protesto em universidades de Valência, Sevilha, Granada, Madrid, Barcelona, Bilbao e Saragoça, entre outras.

No comunicado conjunto, a CRUE adverte que “as universidades espanholas já expressaram e reafirmaram em várias ocasiões seu compromisso permanente com a paz, a convivência e a justiça e com a defesa do direito internacional humanitário, o que não impede que volte a ser profundamente comovida pelo agravamento do conflito e pelas penosas consequências que está tendo para a população palestina”.

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Nesse sentido, exigem uma série de medidas urgentes: “O cessar imediato e definitivo das operações militares do exército israelense, bem como de qualquer ação de caráter terrorista, e a libertação das pessoas sequestradas pelo Hamas“, bem como “que o Estado de Israel respeite o direito internacional e permita a entrada em Gaza de toda a ajuda humanitária que possa ser fornecida para cobrir a emergência de sua população civil e que se articulem as medidas que correspondam por parte das instâncias internacionais para empreender o mais rápido possível a reconstrução e recuperação do território palestino“.

A partir da CRUE, anunciam seu comprometer-se em “rever e, se necessário, suspender os acordos de colaboração com universidades e centros de pesquisa israelenses que não tenham expressado um firme compromisso com a paz e o cumprimento do direito internacional humanitário”, além de “intensificar a cooperação com o sistema científico e de ensino superior palestino e ampliar nossos programas de cooperação, voluntariado e atendimento à população refugiada”. No entanto, a direção da universidade Trinity College de Dublin anunciou que chegou a um acordo com os manifestantes de que desinvestirá em companhias israelenses, medida que levou à desinstalação dos acampamentos de protesto há uma semana, informou a Europa Press.

La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Armando G. Tejeda Mestre em Jornalismo pela Jornalismo na Universidade Autónoma de Madrid, foi colaborador do jornal El País, na seção Economia e Sociedade. Atualmente é correspondente do La Jornada na Espanha e membro do conselho editorial da revista Babab.

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