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VI Congresso do Partido Comunista e os rumos da economia cubana

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Diony Sanabia*

Inaugurado o VI Congreso do Partido Comunista de Cuba (PCC), no Palacio de Convenciones, en La Habana  FOTO/Marcelino VÁZQUEZ HERNÁNDEZ/sdl
Inaugurado o VI Congreso do Partido Comunista de Cuba (PCC), no Palacio de Convenciones, en La Habana FOTO/Marcelino VÁZQUEZ HERNÁNDEZ/sdl

O VI Congresso do PCC (Partido Comunista de Cuba), há precisamente meia década, definiu as ações a serem seguidas para atualizar o modelo econômico do país e fortalecer o caráter irreversível do sistema socialista, como estabelece a Constituição.

Para que se alcance esse objetivo o primeiro secretaria do partido, Raúl Castro, recomendou em discurso no encerramento do evento, que transcorreu de 16 a 19 de abril de 2011, três palavras de ordem: ordem, disciplina e exigência.
É muito amplo o trabalho de detalhar, planificar e coordenar no plano jurídico e na preparação minuciosa do pessoal responsável, enfatizou diante dos quase mil delegados presentes, entre eles o líder da Revolução Fidel Castro.
Raúl Castro alertou sobre a necessidade de manter os pés no chão e ouvidos bem atentos com vistas a superar os obstáculos e retificar rapidamente as falhas.
Também afirmou que não renunciaremos a fazer as mudanças que faltam, mas realizaremos no ritmo demandado pelas circunstâncias objetivas e sempre com o apoio e compreensão da cidadania, sem jamais colocar em risco nossa arma mais poderosa: a unidade da nação em torno da Revolução e seus programas.

Orientações da política econômica e social

Os delegados discutiram e aprovaram o Informe Central apresentado por Raúl Castro na abertura do encontro, cujo conteúdo foi avaliado como uma análise objetiva do momento crucial que vivia o país.
O texto mostrou com realismo, concisão e justeza as tarefas que o povo realiza em meio dos perigos e dificuldades impostas pela complexa situação internacional.
Paralelamente não se descuidou um só instante dos pilares que garantem a soberania e Independência de Cuba: a unidade do povo e sua permanente disposição de defender a qualquer preço o socialismo.
O documento ratificou que Cuba continuará se defendendo das agressões de Estados Unidos e reiterou a disposição ao diálogo bilateral fundado no respeito mútuo e a não ingerência nos assuntos internos de cada país.
Enfatizou que a administração estadunidense não poupa esforços em seus planos de destruir a Revolução cubana e financia todo tipo de projeto para subverter a ordem.
Os governantes estadunidenses não querem que se lembre a história, o bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba. Para eles isso é coisa do passado, lembrou Raúl Castro, para logo acrescentar que Cuba manterá de maneira permanente a atenção prioritária sobre a defesa, seguindo as instruções de Fidel Castro.
Asseverou que mantém plena vigência o conceito estratégico de “guerra de todo o povo”, que se enriquece e se aperfeiçoa de modo constante. Seu sistema de comando se ampliou e se fortaleceu com o incremento das capacidades para reagir diante das dificuldades excepcionais previstas.
As Forças Armadas Revolucionárias devem continuar seu permanente aperfeiçoamento e preservar a autoridade e prestígio que conquistou ante a sociedade por sua disciplina e ordem na defesa do povo e do socialismo.
Cinco comissões discutiram as Diretrizes da Política Econômica e Social do Partido e da Revolução, e o VI orientou o governo a criar uma Comissão Permanente para implementação e desenvolvimento dessas diretrizes, respeitadas as funções de cada organismo da administração do Estado.
Encarregou o Comitê Central levar as recomendações ao Parlamento para aperfeiçoar os órgãos do Poder Popular, o sistema eleitoral e a divisão político-administrativa.
A resolução aprovada valorizava a experiência de mais de 34 anos do sistema de organismos do Poder Popular.
Também recomenda ao Parlamento, Governo e organismos correspondentes que elaborem e aprovem as normas jurídicas necessárias para criar a base legal e institucional de apoio às modificações funcionais, estruturais e econômicas.
Igualmente reforçou a responsabilidade do PCC de controlar e impulsionar e exigir o cumprimento das diretrizes aprovadas, o que pressupõe elevar a cultura econômica de seus quadros e militantes em todos os níveis.

Novo Comitê Central

Antes do encerramento, o novo Comitê Central, de 115 integrantes, entre eles 48 mulheres e 36 negros e mestiços, elegeu Raúl Castro e José Ramón Machado Ventura como primeiro e segundo secretario, respectivamente
O Bureau Político, anteriormente com 24 membros  ficou com 15, e entre eles Ramiro Valdés, Abelardo Colomé Ibarrra, Jilio Casas Regueiro, Esteban Lazo, Ricardo Alarcón y Miguel Díaz-Canel. E também Leopoldo Cintra Frías, Ramón Espinosa Martín, Álvaro López Miera e Salvador Valdés dividindo essa responsabilidade.
Como novos membros entraram Mercedes López Acea, a única mulher no grupo, Marino Murillo e Adel Yzquierdo, Machado Ventura y Lazo. Integrando o Secretariado: José Ramón Balaguer, Abelardo Álvarez, Víctor Gaute, Olga Lídia Tapia y Misael Enamorado.

Solidariedade internacional

No encerramento do congresso, Raúl Castro expressou gratidão aos países socialistas por sua invariável cooperação e apoio em todos os anos de duras batalhas e sacrifícios. Aos povos fraternos do Terceiro Mundo, em especial os de América Latina e Caribe, que se esforçam por transformar a herança de séculos de dominação colonial e sabem que sempre contarão com nossa solidariedade e apoio, enfatizou. Enviou uma saudação fraternal aos partidos comunistas e demais forças progressistas do planeta, que “lutam sem cessar, partindo da firma convicção de que um mundo melhor é possível”.
Também manifestou o reconhecimento do povo cubano a todos os governos que exigiram com sua voz e voto, nas Nações Unidas, o fim do bloqueio imposto pelos Estados Unidos a Cuba.
*Prensa Latina, de La Habana especial para Diálogos do Sul
 


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

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