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ToggleDaniel Noboa, do partido Ação Democrática Nacional, assumiu o poder no Equador em 23 de novembro de 2023, quando seu antecessor, Guillermo Lasso, que esteve envolvido em numerosos casos de corrupção, terminou o mandato. Noboa segue na presidência do país até maio de 2025.
A Lei Eleitoral dispõe que, para ganhar no primeiro turno — que acontece em 9 de fevereiro próximo —, o candidato deve reunir 40% dos votos e uma vantagem de 10 pontos percentuais sobre o segundo aspirante. Se houver segundo turno, o CNE decidiu que será realizado em 13 de abril de 2025.
Ao longo de seu mandato, o Equador enfrenta graves problemas como o aumento da violência, o narcotráfico, falta de avanços na redução da insegurança, apagões de eletricidade de até 10 horas diárias, além de má gestão governamental, com piora de indicadores econômicos e de emprego, segundo várias organizações.
Dos 16 candidatos à presidência atualmente, a mídia hegemônica de comunicação trata de deturpar a figura de Luisa González, do movimento Revolução Cidadã, que com posições progressistas e a favor da população tem possibilidades de competir pela presidência. Seja como for, com a grande quantidade de pretendentes, é quase certo que haverá um segundo turno.
Pouco mais de 13,7 milhões de eleitores dentro e fora do Equador estão convocados às urnas para eleger presidente e vice-presidente, 151 deputados e cinco representantes no Parlamento Andino para um período de quatro anos.
Gestado no imperialismo
Como Noboa não quer ficar atrás de mandatários latino-americanos como o argentino Javier Milei, está tentando instalar novamente no país uma base militar dos Estados Unidos, como a de Malta, eliminada em 2009 durante o governo de Rafael Correa.
Base dos EUA no Equador, que Noboa quer retomar, deixou rastro de crimes no país
Para ele, que nasceu em Miami, Flórida, em 30 de novembro de 1987, e se formou na universidade George Washington em 2022, não significa nada entregar a soberania e a independência do país desde que Washington o aceite como um aliado incondicional na região da América do Sul.
Seu pai é o banqueiro multimilionário Álvaro Noboa, que tentou chegar à presidência do país em várias ocasiões. Agora, seu filho acaba de condecorá-lo com a Ordem Nacional ao Mérito no grau de Grã Cruz. Inacreditável. Mas é verdade.
No final de agosto, foi assinado um convênio entre a chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, a coronel Laura Richardson, e o chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas do Equador, Jaime Patricio Vela Erazo. Ao mesmo tempo, com o pretexto de lutar contra o narcotráfico e o crime transnacional, Noboa anunciou um polêmico projeto de lei para eliminar um artigo da Constituição que proíbe o estabelecimento de instalações castrenses de outras nações.
O Comando Sul tem um longo histórico de denúncias de intervencionismo e violação da soberania na região, assim como de apoio às ditaduras do Cone Sul.
A volta dos que não foram: Noboa, violência e a reinstalação de bases dos EUA no Equador
Equador em ruínas
Várias províncias equatorianas vivem há meses em estado de exceção devido à violência incontrolável enquanto o panorama econômico-social é adverso, pois a pobreza se situa em 30% (nas zonas rurais 49%) e a extrema pobreza em 16,2%; mais de 5,8 milhões de equatorianos sobrevivem com menos de 90 dólares por mês, que não chegam para comprar a cesta básica, pagar o aluguel, a luz e o atendimento médico. A desnutrição afeta 29% das crianças de 0 a 5 anos, cifras que aumentam para 42% no campo.
De cada dez pessoas com capacidade para trabalhar, apenas três têm emprego. Os investimentos públicos em saúde, educação e inclusão social caíram a seus piores indicadores em comparação com a década anterior, devido aos pagamentos que se destinam a cancelar as dívidas com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Ao mesmo tempo, caiu brutalmente a segurança na nação andina, onde são constantes os roubos, sequestros, assassinatos, lutas entre gangues, extorsões de comerciantes e motins carcerários.
Indicar um vencedor nas próximas eleições seria neste momento impossível. O que está claro é que as massas populares, por um lado, deverão ir às urnas para apoiar os partidos progressistas, se é que desejam mudar a atual situação, enquanto, por outro lado, os Estados Unidos, a oligarquia crioula e toda a máquina propagandística da direita farão o impossível para que Noboa seja reeleito.