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Gostem ou não, bolsonaristas terão que conviver com reconstrução da história do Brasil

Em democracia, todas as tendências democráticas podem e devem se manifestar, mas nunca pedindo medidas autoritárias e ditatoriais
Claúdio di Mauro
Diálogos do Sul Global
Uberlândia (MG)

Tradução:

Depois de muitas horas de dúvidas, com 40% das urnas apuradas despontou definitivamente a vontade popular.

LULA foi eleito pela 3ª vez Presidente da República Federativa do Brasil.

Com menos de 24 horas após a declaração da vitória, diversos líderes mundiais manifestaram as congratulações a Luiz Inácio Lula da Silva por sua eleição. O respaldo internacional já está consagrado e o apoio mundial está decidido. 

A primeira visita pessoal e internacional recebida por Lula para as congratulações foi do Presidente da Argentina, Alberto Fernandez. Nítida demonstração de que haverá aliança para reerguer o Mercosul e que ganhe destaque a importante Rede Mercocidades.

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As reações de claque bolsonarista eram esperadas. Seu líder, em silêncio, aguardou os desdobramentos para verificar se haveria reação popular contra a eleição de Lula. A paralisação na circulação pelas rodovias demonstrou essa tentativa, promovida pelos patrões do transporte rodoviário, aliado a interesses do agronegócio capitalista. Uma reação que não se sustenta em princípios da democracia. Na mesma tela do “trumpismo”, nos Estados Unidos, tentaram desmerecer o processo eleitoral. Uma estupidez sem respaldo das forças democráticas nacionais e do estrangeiro.

Democracia participativa: a ferramenta essencial para transformar a realidade brasileira

Enfim, está explícito o que o eleitor brasileiro quer.  Queremos fortalecer a democracia participativa, construída coletivamente. Ninguém que deseje ditadura pode ter espaço para tal defesa.

Lula é o Presidente eleito e assumirá em 1º de janeiro de 2023. Os bolsonaristas, gostem ou não, terão que suportar a dor da derrota e conviver com a reconstrução da história do Brasil.

Ainda que haja bloqueios de rodovias e outras ações ditatoriais, o Brasil saberá vencer tais descontroles. Porém, é preciso reação firme. Os movimentos populares já estão mostrando que agirão. Para evitar o confronto bélico entre irmãos, cabe à instituição, com seus órgãos democráticos, agir com urgência, firmeza e determinação.    

Não foram e não são poucos os que argumentaram pela implantação de intervenção militar, ato institucional número 05, elogios a torturadores contra opositores e outros descalabros dos governos ditatoriais. Esses golpistas falam em democracia mas defendem um regime que nunca deixaria os opositores falar e mesmo pensar. Querem um regime em que só eles possam se manifestar, o chamado sistema de “uma nota só”.

Em democracia, todas as tendências democráticas podem e devem se manifestar, mas nunca pedindo medidas autoritárias e ditatoriais

Reprodução – Facebook
Lula conta com apoio e voto do eleitorado, com respaldo internacional, governará fortalecendo o Estado Democrático de Direito, como deve ser

Na nossa história sempre houve “acordos” para proteção de golpistas. O Brasil nunca promoveu a verdadeira criminalização de quem não cumpre as Leis na democracia. Há quem argumente que a democracia permite que todas as tendências se manifestem. Sim, em democracia todas as tendências democráticas podem e devem se manifestar, mas nunca pedindo medidas autoritárias, ditatoriais, promovendo e valorizando torturadores, posturas que são tratadas na Constituição como inoportunas e dignas de punição. Essas posturas antidemocráticas devem ser cortadas na raiz, sem permitir seus desdobramentos. É preciso dar um novo caminho à memória nacional, em direção da justiça social e respeito ao projeto democrático.

Enquanto se “passa pano” para os defensores da implantação de ditaduras no Brasil, “…os ninhos das serpentes estão chocando seus ovos”. É preciso acabar com esses “ninhos de serpentes”, antes que voltem a criar para novas e constantes mentalidades, cada vez mais agressivas contra a democracia. Somente com esses procedimentos, embora difíceis, poderemos construir um sistema democrático e que busque a paz social.

Lula já se comprometeu a governar para os mais de 215 milhões de brasileiros, para todos. Mas seu projeto, aprovado pelo eleitorado, é e será democrático. Não há espaço para defensores de autoritarismo antidemocráticos, exatamente como prevê a Constituição de 1988. Por isso, reabilitar a Constituição Cidadã é tarefa indispensável nestes tempos da história do Brasil.

Lula conta com o apoio e o voto do eleitorado, com o respaldo internacional, governará fortalecendo o Estado Democrático de Direito, como deve ser.

Cláudio Di Mauro | Geógrafo e colunista na Diálogos do Sul.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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