Conteúdo da página
ToggleDurante uma entrevista jornalística o presidente Javier Milei acusou o diretor para o Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo Valdés, de “não querer” que lhe vá bem à Argentina, de manter relações com o ex-ministro de Economia do governo anterior, Sergio Massa também ex-candidato presidencial de Unión por la Patria, e de pertencer a Foro de São Paulo e ao Grupo de Puebla, que segundo ele são “zurdos”, quer dizer, de esquerda.
Reclamou que seu governo cumpriu com tudo, mas (os do FMI) “estão todo dia pondo objeções” e tratou de acabar com a dúvida sobre o pagamento de dívidas e as reservas, enquanto se disparava o peso dos títulos do Tesouro na ativa dos bancos.
Leia também | Dano interno e externo: Milei arruína Argentina com insultos a presidentes e Lei de Bases
Agora o mandatário se prepara para viajar à França -quando já realizou 13 viagens por razões pessoais em pouco mais de seis meses de governo- e despedido a 54 funcionários, muitos de extrema confiança, por haver feito alguma crítica, já que seu autoritarismo chegou aos limites máximos.
Antes de viajar teve que resolver outro problema é que a vice-presidenta Victoria Villaruel protestou por cânticos, que considerou racistas, dos jogadores da seleção argentina como campeões da Copa América, comentou que os argentinos não tinham porque responder a um país “colonialista” e outros termos duros.
Leia também | Ataques de Milei deixam relação diplomática Espanha-Argentina na corda bamba
Isso agravou as divisões internas do governo e Milei enviou à sua irmã, Karina Milei, Secretária Geral da Presidência para desculpar-se ao embaixador da França, já que pensa reunir-se com o presidente Emmanuel Macron.
Polêmica sobre as reservas em ouro
Hoje, o Ministro de Economia, Luis Caputo, teve que admitir que tirou em silêncio reservas de ouro do Banco Central (BCRA) para depositá-las no exterior, em resposta ao pedido – no marco de Lei de Acesso à Informação Pública- que realizou ao começar essa semana, o deputado e dirigente do sindicato bancário Sergio Palazzo para que o Executivo explicasse essa manobra, advertindo sobre a gravidade desta ação, já que as reservas de ouro poderiam ser “embargadas caso se dera uma reclamação judicial contra a Argentina”.
Caputo argumentou que “se tens os ouro afora podes sacar um retorno”, e que “o país necessita maximizar os retornos de seus ativos”, quer dizer especular às costas da população. Entre seus argumentos disse que “ter ouro no Banco Central é como ter um imóvel fechado, não podes usar para nada “enquanto se o depósito em uma entidade do exterior se pode utilizar como garantia e em troca o Estado argentino obtém parte dos lucros”.
Leia também | Superávit de Milei é ilusionismo contábil: a verdade sobre a economia Argentina
Um jogo muito perigoso já que se trata de especular, como dizem os críticos dessa decisão. Não respondeu o ministro à solicitação de Palazzo de explicar que quantidade de ouro foi retirado do país e ademais o montante e a moeda em que se fariam as operações, diante de estimativas de que o que saiu em ouro do país, seria aproximadamente de 450 milhões de dólares.
Ademais, o ministro tentou convencer de que tudo “está melhorando” ao mesmo tempo que advertiu que os argentinos “deverão tirar os dólares que tenham economizado para pagar impostos”. Hoje, 500 organizações sociais marcharam no país, sob o lema “Violência é a fome” e realizaram um ato no Obelisco, encabeçado pelo Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel.
Escândalos também atingem LLA
Isto sucede em meio de outro escândalo, quando na Câmara de deputados se solicita que não continuem em suas cadeiras seis legisladores da oficialista La Libertad Avanza (LLA) que realizaram uma visita no passado 11 de julho a vários dos militares condenados por crimes de lesa humanidade, durante a ditadura militar.
Neste caso a Comissão Provincial pela Memória, denunciou penalmente o deputado da LLA, Beltrán Benedit, pelo delito de apologia do crime, já que foi o promotor da visita e apoiou aos detidos no penal de Ezeiza. Benedit os considerou “combatentes que travaram batalha contra a subversão marxista” e perguntou “Que idade tinham esses presos no momento em que lhes inventaram acusações? As acusações foram provadas? Não serão muitas inventadas? “Vamos fazer um escrito que dirá que não se cumprem os direitos humanos porque aqueles que foram parte (terroristas) hoje se erigem em juízes e decidem em função da vingança, da ideologia e do negócio”.
Assine nossa newsletter e receba este e outros conteúdos direto no seu e-mail.
Entre os visitados se encontram ao marinheiros Alfredo Astiz, Ricardo Cavallo -extraditado desde o México- Adolfo Donda, Antonio Perdías, entre outros, todos julgados em julgamentos abertos, com todos os direitos respeitados e provados em todo o mundo. Por último, o juiz federal Martin Cormick, decidiu habilitar a medida judicial para executar uma medida cautelar emitida anteriormente pelo juiz Walter Lara Correa, que obriga o Governo a cumprir com os programas alimentares vigentes do Ministério de Capital Humano.
É já a terceira vez que a justiça ordena o cumprimento de distribuir milhares de toneladas de alimentos que não foram distribuídas devida e justamente nos restaurantes populares, como havia determinado o governo anterior.