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Foto: Comando Carabobo / Flickr

70 anos de Hugo Chávez: a homenagem venezuelana e a emancipação da Pátria de Bolívar

Valentia de Hugo Chávez e capacidade de mobilização de seu povo derrotaram as conspirações dos EUA contra Venezuela
Gustavo Espinoza M.
Diálogos do Sul Global

Tradução:

Beatriz Cannabrava

No próximo domingo (28), o povo da Venezuela prestará uma homenagem massiva ao Comandante Hugo Chávez Frías, ao se completar 70 anos de seu nascimento. Será uma maneira de renovar seu compromisso com o Processo Emancipador Latino-Americano que se desenvolve na Pátria de Bolívar e que recebe adesões e saudações em diversos cantos do planeta, e que suscita ódio e resistência por parte dos exploradores em todos os países.

Trata-se, evidentemente, da Justa Eleitoral Venezuelana. Uma das muitas registradas na terra do Arauco desde que se iniciou, em 1999, o conjunto de transformações sociais e políticas orientado a resgatar a soberania do Estado e o domínio sobre os recursos naturais secularmente espoliados por corporações e monopólios estrangeiros.

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Assim foi, de fato, a história da Venezuela. Sob a égide dos “partidos tradicionais” – Ação Democrática e COPEI – construiu-se um “modelo” de sociedade no qual um núcleo privilegiado de grandes empresários monopolizou a riqueza, monopolizando o comércio exterior com os Estados Unidos. Um “progresso” aparente e um “bem-estar” fictício apoderaram-se de Caracas, enquanto na própria capital e nas cidades do interior, milhões de venezuelanos ruminavam a pobreza.

Essa sociedade entrou em crise no “Caracazo”, em fevereiro de 1989, e depois deu origem à insurgência militar de Hugo Chávez, que abriu as portas ao povo, iniciando o Movimento Emancipador Bolivariano que já completou 25 anos de luta e vitória.

Esse caminho foi marcado por muitas ações anteriores: as lutas da classe trabalhadora, lideradas por Cruz Villegas e Henmy Croes, organizadas na CUTV; os levantes militares de Puerto Cabello e Carúpano e até pela guerrilha dos primeiros anos da década de 60 contra Rómulo Betancourt e outros.

A vitória do povo venezuelano foi resistida pela aristocracia tradicional e pelo empresariado. Os grandes meios de comunicação como “El Universal” e “El Nacional” de Caracas foram caixas de ressonância para fazer sentir os gritos selvagens da fauna sediciosa que buscou o caos e a violência para acabar com as mudanças. Mas o Golpe mais organizado ocorreu em 2003.

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A valentia de Hugo Chávez a mobilização popular

Em 11 de abril daquele ano, uma conspiração sediciosa propôs acabar com o regime de Chávez. Desde a Embaixada dos EUA até a hierarquia eclesiástica, passando pelos meios de comunicação, a partidocracia e os militares reacionários; somaram força a uma ação facciosa que terminou em fracasso.

Hugo Chávez (Foto: Presidência da Venezuela)

A valentia de Hugo Chávez e a capacidade de mobilização de seu povo derrotaram a conspiração em três dias; e no dia 14 daquele mês, o governo foi restaurado no Palácio de Miraflores.

Anos mais tarde, e já contra Nicolás Maduro, ocorreu a segunda grande ofensiva. Na circunstância, operaram grupos armados que realizaram ações criminosas: incêndios, saques, pilhagens e até assassinatos; ocorreram, quando elementos do lumpem proletariado e outros se lançaram à ação. No entanto, foram contidos e derrotados, o que permitiu consagrar uma nova vitória do povo venezuelano.

Diante desse novo e ostensivo fracasso, as forças mais reacionárias resolveram mover o plano continental. Proclamaram “presidente” Juan Guaidó e o fizeram “reconhecer” como “Chefe de Estado” pelos governos servos do Império. Igualmente, criaram o “Grupo de Lima”, encarregando o Ministério das Relações Exteriores do Peru, sob o governo de PPK, de “monitorar” as ações contra Caracas; enquanto o Presidente Peruano oferecia o ouro e o moro aos que quisessem abandonar sua pátria.

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Posto de trabalho, Seguro Médico, Educação, Salário e muito mais foram prometidos a todos que viessem ao nosso país ou a outros. Incutiram a ideia de desmantelar a Venezuela, desde recursos até cidadania, para transformá-la em um “Estado falido”. Também isso fracassou.

Agora, os venezuelanos deverão escolher um entre 10 candidatos, em um processo eleitoral que foi considerado pelo ex-Presidente norte-americano Jimmy Carter o mais seguro e o mais transparente da América Latina.

Nicolás Maduro Moros lidera a candidatura do Processo Emancipador Bolivariano. Por isso mesmo, todos os ataques estão centrados nele. O atacam de todos os ângulos, buscando destruir sua imagem a qualquer preço.

A seus adversários, não importa acumular mentira após mentira, calúnia após calúnia. O que lhes importa é manchar a figura de um Mandatário que, objetivamente, lidera a luta de seu povo. Nos próximos dias, muitas outras coisas haverão de ser vistas.

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A tática da reação é muito cômoda. Como Keiko aqui, ou como Trump no país do Norte, cunham a figura do “fraude” nas eleições. Como sabem que vão perder, dirão que perderam por fraude, e justificarão ações sediciosas alegando que se trata de “protesto legítimo” pelo “fraude”.

E se hipoteticamente ganhassem, diriam que isso ocorreu “apesar do fraude”. De uma forma ou de outra, justificarão suas ações com a cumplicidade de governos subservientes e imprensa adicta aos insumos do capital.

No dia 28 de julho, o povo da Venezuela levantará a bandeira da vitória e prestará uma justa homenagem a Hugo Chávez que encarna a Venezuela de hoje, e a de Simón Bolívar.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Gustavo Espinoza M. Jornalista e colaborador da Diálogos de Sul em Lima, Peru, é diretor da edição peruana da Resumen Latinoamericano e professor universitário de língua e literatura. Em sua trajetória de lutas, foi líder da Federação de Estudantes do Peru e da Confederação Geral do Trabalho do Peru. Escreveu “Mariátegui y nuestro tiempo” e “Memorias de un comunista peruano”, entre outras obras. Acompanhou e militou contra o golpe de Estado no Chile e a ditadura de Pinochet.

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