Conteúdo da página
Toggle“As manifestações chilenas contribuíram para iniciar um processo de convergência entre a esquerda para superar a Constituinte da era Pinochet. Porém, há uma armadilha: o que está acontecendo não é uma Assembleia Constituinte, é uma Convenção Constituinte”. É com esta reflexão que o analista internacional Amauri Chamorro estreia o programa Dialogando sobre nossa América.
Em uma verdadeira armadilha feita pela direita o Parlamento manipulou o processo da Constituinte. De acordo com Chamorro, a Corte Constitucional, o referente ao STF no país, pode se sobrepôr à convenção: “já que eu não puderam impedir a constituinte, manipularam para que as leis sigam favoráveis a um estado ultraneoliberal”.
Confira:
Mas então seria possível o país se desvencilhar dessas amarras e garantir um processo democratizante? “Eu acho que é impossível que o Chile se mantenha tão neoliberal como hoje. As reformas estruturais que o povo chileno está propondo são profundas”, ressaltou o analista.
Amaury também destacou que no território chileno não existem aposentadoria, saúde ou educação públicas, além de as Forças Armadas terem muito poder e estarem vinculadas aos interesses dos Estados Unidos.
Colômbia
“A Colômbia, desde a sua independência, nunca teve um momento de paz”, relembra Chamorro. Cenário de inúmeras guerras civis, a região colombina dos dias de hoje é um reflexo dos confrontos do passado.
Assassinato e desaparecimento de lideranças políticas, deslocamento forçado de parte da população, instabilidade no Acordo de Paz entre as FARC e o Estado colombiano, richas entre os principais partidos políticos e atuação genocida das forças paramilitares são fatores que têm afetado o clima político do país e a restauração da vida pacífica.
Como nos países vizinhos, o povo colombiano decidiu tomar as ruas. Em face da situação econômica que se agravou em decorrência da crise de coronavírus, a população promoveu protestos contra a alta taxa de desemprego e a crescente vulnerabilidade imposta aos colombianos.
“No Brasil, nós enfrentamos uma política repressiva, mas não há nada igual à Colômbia”, reforçou Chamorro ao expor a situação do ex-presidente Álvaro Uribe, acusado de manipular testemunhas contra um senador opositor, além da constante campanha governamental contra os movimentos populares.
Página 12
Analista internacional Amauri Chamorro estreia o programa Dialogando sobre nossa América.
Peru
O analista também comentou a convulsão social que tem acontecido em outro vizinho, o Peru. Lá, jovens, estudantes e outros estratos da sociedade têm se manifestado em defesa de uma nova Constituição.
Os protestos se dão em meio a uma grave crise política, que resultou na troca de três presidentes em menos de quatro anos.
“No Peru, há uma grande fragmentação entre os partidos. A direita está brigando com a direita, enquanto a esquerda está desacreditada”, afirmou Chamorro ao analisar a diferença entre a situação do Peru e a do Chile, onde apesar da força do presidente Piñera, a esquerda tem conseguido se consolidar para enfrentar a direita nas próximas eleições.
Ainda fazendo comparações, o analista demonstrou como a Lava-Jato atuou e influenciou o Peru de forma diferente do que no Brasil. O governo peruano compactuou com a Odebrecht e assumiu a culpa das corrupções, aponta o analista.
Guatemala
Para encerrar o encontro, Chamorro expôs a atual situação da Guatemala, que vem enfrentando uma onda de novos casos de covid-19, pobreza extrema e orçamentos governamentais exorbitantes.
“A população esperava do presidente uma série de ações para financiar a recuperação econômica”, comentou Chamorro ao alertar que a repressão aos guatemaltecos pode se tornar ainda mais intensa.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
Veja também
Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.
A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.
Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:
- Cartão de crédito no Catarse: acesse aqui
- Boleto: acesse aqui
- Assinatura pelo Paypal: acesse aqui
- Transferência bancária
Agência – 0713
Conta Corrente – 24192-5
CNPJ: 58726829/0001-56 - Receba nossa newsletter semanal com o resumo da semana: acesse aqui
- Acompanhe nossas redes sociais:
YouTube
Twitter
Facebook
Instagram
WhatsApp
Telegram