As armas atômicas nas mãos de Israel ameaçam a segurança e a estabilidade no Oriente Médio e o Tratado de Não Proliferação ao qual nunca aderiu o principal aliado dos Estados Unidos na região.
Como único possuidor desse tipo de armamento de destruição em massa no Levante, o regime de Tel Aviv impede qualquer iniciativa por acabar de uma vez por todas com essa ameaça de extermínio da humanidade.
Israel se negou a permitir inspeções em seus laboratórios e instalações, apesar de acumular um arsenal de umas 200 bombas atômicas, segundo informações filtradas.
O representante permanente do Irã, Alireza Kazemi Abadi, ante a Organização para Proibir Armas Químicas, advertiu que a entidade usurpadora da Palestina tem ouvidos surdos aos apelos internacionais com o apoio de Washington.
Ao contrário, com sua política no Golfo, o governo do presidente Donald Trump estimula uma corrida nuclear porque corteja a Arábia Saudita interessada em obter essa tecnologia.
Defesa.net
Arsenal nuclear israelense tem de umas 200 bombas atômicas
Desde que as potências mundiais chegaram a um acordo na década de 1960 para frear as armas atómicas, Israel, Índia, Paquistão e Coreia do Norte, violaram esse acordo, embora não tenham enfrentado sanção alguma, com exceção de Pyongyang.
Os duplos critérios aplicados por Trump e seu Executivo prejudicam esses convênios e, pelo contrário, alimentam corridas por armamento de destruição em massa.
O magnata republicano buscou normalizar as relações com a Coreia do Norte que provou e detonou abertamente dispositivos nucleares, enquanto sancionou o Irã, apesar de inspeções da ONU terem confirmado o caráter pacífico de seu programa.
Essas ações da Casa Branca desordenam o cenário internacional, pois parece existir consenso sobre quais atividades nucleares são ameaças e quais não são.
Em qualquer caso, o gigante do Norte não explica que evidências devem ser apresentadas para serem consideradas na não proliferação, e que instrumentos — legais, econômicos ou militares — devem ser cumpridos para estar dentro dessas regulamentações. Washington põe em perigo todo o regime de desarmamento, ao enfraquecer acordos ou negociações multilaterais e impor seu critério para decidir.
Na atual situação volátil no Oriente Médio, com a intensidade das tensões por sectarismo religioso, étnico, territorial ou ideológico, carecer de coerência no tema, estimulará uma corrida nuclear e aumentará as possibilidades de ataques militares preventivos.
*Armando Reyes Calderín é correspondente de Prensa Latina em Teerã.
**Tradução: Beatriz Cannabrava
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