“A água é um direito humano, não uma mercadoria”. Com essa afirmação contundente, a escritora, socióloga e militante feminista Moema Libera Viezzer expõe a urgência de proteger os recursos hídricos em meio à crescente privatização e poluição.
No episódio do dia 27 de março do programa Dialogando com Paulo Cannabrava, Moema compartilhou como a mobilização da juventude – exemplificada pelo Festival das Águas, que reúne 100 mil jovens – fortalece a luta por justiça ambiental e social.
Moema enfatiza que a crise hídrica se agrava quando a água se transforma em commodity. “Quando a água é tratada como produto, os grandes grupos empresariais se apropriam das nascentes e deixam comunidades inteiras sem acesso ao recurso essencial”, declara. Para ela, essa mercantilização ameaça não só a saúde das populações, mas também a própria sobrevivência do planeta.
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Neste sentido, a militante ressalta a importância de integrar saberes ancestrais e a experiência dos povos originários na construção de soluções. “Os povos indígenas ensinam que a água é sagrada; eles nunca a transformam em dejeto. Essa visão ancestral é fundamental para reverter os processos de exploração que prejudicam nossa vida e a da natureza”, afirma.
Moema aponta ainda o papel transformador das mulheres na luta ambiental, lembrando que, historicamente, elas são as primeiras a sentir os impactos da escassez e da poluição da água – questões que se entrelaçam com a desigualdade de gênero: “A mobilização feminina se torna essencial para garantir água limpa e segura, e as redes de educação popular fortalecem essa causa”, explica.
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Por fim, a ativista fala da importância da interseccionalidade, unindo juventude, feminismo e movimentos populares para criar uma frente robusta contra a mercantilização dos recursos naturais: “A água une gerações, culturas e movimentos. Proteger esse bem comum é garantir o futuro de todos nós”.A entrevista completa está disponível no canal da TV Diálogos do Sul Global no YouTube: