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ToggleAs enchentes enfrentadas pelo Rio Grande do Sul (RS) nos últimos dias têm atingido marcas históricas e deixado um rastro de destruição. Até o momento, são 95 mortos, 131 desaparecidos e 361 feridos.
De 364 municípios impactos, 336 estão em situação de calamidade, o equivalente a 73% do estado. Com a violência das correntezas e cheias que varreram ruas e bairros, 201 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas, com um total de 1,17 milhão de gaúchos afetados.
A média de chuva esperada para abril no estado era de 140 a 200 mm, mas em poucos dias algumas regiões receberam entre 400 e 700 mm. O Rio Guaíba, em Porto Alegre, chegou a 5,31 metros, superando o recorde de 4,76 metros em 1941. Para se ter uma ideia, a cidade fica em alerta quando as águas chegam a 2,5 m.
Emergência climática
O quadro enfrentado no Rio Grande do Sul é inédito — o maior desastre climático na história do estado — mas não uma surpresa. Especialistas da área do clima e meio ambiente têm alertado o governo de Eduardo Leite (PSDB-RS) sobre possíveis eventos extremos decorrentes das mudanças climáticas.
O estado, inclusive, ainda se recuperava de dois ciclones, um ocorrido em setembro de 2023, que deixou 41 mortos e 46 desaparecidos, e outro, em junho do mesmo ano, que matou 16 pessoas.
Triste a a situação dos municípios da região do Vale do Rio Pardo atingindos pelas chuvas. Vídeo da situação da cidade de Sinimbu/RS em 30/04/2024 #chuvas #rio #enchente #notícias #triste #sos#riograndedosul pic.twitter.com/4Cz9VWZ0e6
— ????? ?????? (@Chris_Branco) May 1, 2024
A região gaúcha é tradicionalmente alvo de chuvas mais fortes ao longo do ano, mas essa condição foi potencializada pelo fenômeno El Niño, ciclo atmosférico-oceânico em que parte do oceano Pacífico sofre aquecimento anormal. Apesar de previsto pela Ciência, o fenômeno tem tido períodos mais duradouros e intensos em razão da emergência climática.
Vale dizer que, no fim de março, 25 pessoas morreram no Rio de Janeiro e no Espírito Santo em deslizamentos, desabamentos, inundações e alagamentos decorrentes de fortes chuvas. Em Mimoso do Sul, cidade capixaba mais impactada, 5.481 pessoas ficaram desalojadas.
E os efeitos da mudança do clima não se limitam a tempestades incomuns. Incêndios, calor extremo e até mesmo a falta de chuvas afetam diversas regiões. Só em 2024, ao menos outros três eventos atingiram a América do Sul. Confira:
Calor e seca na Argentina
Entre o fim de janeiro e o início de fevereiro, uma onda de calor extremo atingiu a Argentina, com os termômetros ultrapassando 40ºC em algumas partes do país, por mais de 12 dias. Na região norte, foram 46ºC.
A “bolha de calor”, conforme descrita por especialistas, foi acompanhada ainda de dias secos em meio à escassez de chuva, impactando a saúde dos argentinos e cerca de 60 milhões de hectares da agropecuária.
? “Domo de calor” da Argentina trará altas temperaturas ao sul do Brasil.
Bolha de calor atuante na Argentina trará sequência de dias quentes em várias cidades do Rio Grande do Sul.
Leia: https://t.co/NPGnWG1Q7C pic.twitter.com/YD7v4yHsNa
— Metrópoles (@Metropoles) February 2, 2024
A situação argentina em 2024, impulsionada pela emergência climática, chega após uma seca histórica em 2023, quando o país completou três anos com recordes de falta de água, ondas de calor e geadas fora de época.
Incêndios no Chile
Também em fevereiro, o Chile enfrentou incêndios florestais que deixaram um saldo de 130 mortos e mais de 370 desaparecidos. A maior tragédia do país em 15 anos.
O fogo atingiu principalmente a região de Valparaíso e consumiu entre 3 mil e 6 casas, principalmente em comunidades mais pobres.
?? | Autoridades en Chile han solicitado la evacuación de áreas cercanas a la comuna de Viña del Mar debido a un incendio forestal, mientras trabajan para controlar las devastadoras llamas.pic.twitter.com/c7FVuEzBdq
— UHN PLUS (@UHN_Plus) February 2, 2024
Apesar de a ação humana ser investigada e estar associada à maioria dos incêndios no Chile, a propagação das chamas está ligada a fatores naturais agudizados pela emergência climática, como a seca — que afeta o país há 15 anos — e as altas temperaturas. Na época das queimadas, os territórios atingidos chegaram a registrar 40ºC.
Outro fator crítico são as áreas com pinheiro e eucalipto, espécies invasoras introduzidas no país por produtores de celulose e madeira e que queimam com mais facilidade.
Crise hídrica na Colômbia
A escassez de chuva na Colômbia desde o início de 2024, causada pelo El Niño, associado às mudanças climáticas, têm levado a uma crise hídrica na região de Bogotá.
O reservatório de Chingaza, que abastece 70% da capital colombiana, chegou a 16% da capacidade no fim de abril. Em meio à velocidade alarmante com que os mananciais esvaziaram, as autoridades da cidade e de municípios vizinhos decretaram racionamento. Os cortes, de até 24 horas a cada 10 dias, afetaram cerca de 10 milhões de pessoas.
Sí, este es nuestro Sistema Chingaza, el que provee de agua al 70 % de Bogotá. Así se ve en estos momentos, evitemos que el nivel siga bajando.
¡#CierraLaLlaveYa y cuida el agua ?! pic.twitter.com/yXPqZRFJfK
— Subred Sur Occidente (@SubRedSurOcci) May 8, 2024
Em sua conta no X (antigo Twitter), o presidente colombiano, Gustavo Petro, afirmou: “Haverá secas piores à que estamos enfrentando”.
Ainda em janeiro, a falta de chuvas também impulsionou centenas de incêndios florestais no país, com 17,1 mil hectares destruídos e 293 municípios em alerta.
SOS Rio Grande do Sul
Contribua com a campanha do Movimento Sem Terra em solidariedade às vítimas da calamidade no Rio Grande do Sul! Doe qualquer valor!
Informações Bancárias:
CHAVE PIX: 09352141000148
Banco: 350
Agência: 3001
Conta: 30253-8
CNPJ: 09.352.141/0001-48
Nome: Instituto Brasileiro de Solidariedade
Com informações de Terra, G1 e Metsul.