O Parlamento dos Povos e Organizações Sociais entregaram à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Conferência Episcopal, uma proposta de programa econômico favorável à maioria trabalhadora do Equador.
A iniciativa é resultado de vários dias de trabalho, com a participação de pelo menos 182 organizações camponesas, indígenas, sindicais e de mulheres, entre outras.
Entre os eixos contemplados no texto constam: a política fiscal, creditícia, monetária e setorial, pública e de direitos sociais.
Segundo Jaime Vargas, presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador, em cuja sede se levou a cabo o processo de construção coletiva, o projeto é uma “alternativa diante de uma proposta neoliberal do governo nacional”.
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O texto foi preparado com base em idéias contribuídas por 182 organizações e com contribuições das comunidades.
O programa busca resolver as grandes necessidades e problemas enfrentados pelo país atualmente, onde o governo dispôs medidas econômicas que os setores de menor renda consideram prejudiciais.
O novo plano dos setores sociais é entregue à ONU e à Conferência Episcopal na qualidade de mediadores nos diálogos iniciados entre o movimento indígena e o executivo, após 11 dias de protesto em quase todo o país, contra a eliminação do subsídio a combustíveis e uma proposta de reformas tributárias e trabalhistas consideradas um pacotaço.
As marchas, efetuadas de 3 a 13 de outubro, em meio a uma forte repressão policial e militar contra os manifestantes, concluíram após o anúncio do presidente Lenín Moreno, de derrogar o decreto que liberou os preços da gasolina extra e do diesel.
O diálogo, iniciado com a Conaie, principal força nas concentrações, estendeu-se a outros setores como movimentos camponeses e de trabalhadores.
No caso dos povos e nacionalidades, as conversações ficaram paralisadas depois de denúncias contra líderes indígenas, que consideraram que não se pode dialogar em meio de acusações, diante do que decidiram criar o Parlamento Popular e elaborar seu próprio projeto econômico nacional.
Para os setores representados no protesto, as medidas projetadas pela administração nacional afetarão os mais pobres, pois estão fundadas em receitas do Fundo Monetário Internacional, organismo com o qual o governo se comprometeu a aplicar um plano de juste, para aceder a um empréstimo de quatro bilhões e duzentos milhões de dólares.
*Tradução: Beatriz Cannabrava
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