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Venezuela aposta em parceria com China para fazer frente às sanções impostas pelos EUA

A abordagem dos EUA na América Latina tem sido com "a Doutrina Monroe e a mentalidade de Guerra Fria", diz Li Baorong, embaixador chinês em Caracas
Redação Sputnik Brasil
Sputnik Brasil
São Paulo (SP)

Tradução:

Em 2012, a Comunidade de Inteligência dos Estados Unidos publicou um documento em que Pequim era encarado como parceiro para manter a ordem global e era aceita a existência de uma ordem multipolar.

No entanto, a chegada ao poder de Trump em 2017 levou à priorização do aumento de poder dos norte-americanos. Como resultado, a mesma organização lançou um documento em que apontou a China e a Rússia como entidades que fariam agressões não diretas.

Venezuela–China

A Venezuela tem estreitado os laços com a China nos últimos anos, depois que se viu perturbada por sanções norte-americanas, disse Li Baorong, embaixador chinês na Venezuela, à Sputnik Mundo.

As relações bilaterais saíram reforçadas com diferentes eventos como a Feira do Livro venezuelana de 2019, onde a China foi convidada de honra.

A abordagem dos EUA na América Latina tem sido com "a Doutrina Monroe e a mentalidade de Guerra Fria",  diz Li Baorong, embaixador chinês em Caracas

Reprodução: Twitter
A Venezuela tem estreitado os laços com a China nos últimos anos, depois que se viu perturbada por sanções norte-americanas

“Um ditado chinês diz que ‘os amigos se identificam em tempos difíceis'”, comenta o embaixador. “Na luta conjunta contra a pandemia, o entendimento mútuo e a solidariedade entre os dois povos foram fortalecidos e aprofundados em maior grau.” 

“No início do surto, o povo venezuelano de diferentes setores participou de atividades para expressar sua solidariedade com o povo chinês, deixando os melhores votos nas contas das redes sociais, tanto na minha como na da Embaixada. Por sua vez, a comunidade e as instituições chinesas na Venezuela têm prestado assistência e apoio à luta do povo venezuelano contra a pandemia.” 

Baorong refere que a “amizade fraterna entre os dois povos é a melhor expressão da Comunidade do Destino Humano proposta pelo presidente Xi Jinping” e que a amizade entre os dois povos será reforçada após o fim da pandemia. 

Um recente telefonema entre Nicolás Maduro e Xi Jinping fez avançar novamente as relações entre o país sul-americano e a China, particularmente durante a atual pandemia da COVID-19.

Abordagens contrastantes

A ajuda de China, Rússia e Cuba aos países da União Europeia mostrou o que é a solidariedade internacional, apesar dos “conceitos e abordagens da geopolítica mais ortodoxa”, afirma.

A abordagem dos EUA na América Latina tem sido com “a Doutrina Monroe e a mentalidade de Guerra Fria”, que usa para exercer pressão, aplicar sanções e até subverter seus governos. 

Enquanto isso, a China ajudou não só a Venezuela, como também o México, Argentina e outros países da América do Sul na tentativa de melhorar a situação socioeconômica deles, e celebrou uma videoconferência com 25 países da região para partilhar a experiência chinesa com a pandemia.

Experiência da própria China

O funcionário se mostra desagradado com a campanha pública difundida contra Pequim em todo o mundo, para além de surtos de racismo, precedidos pelo caso de Hong Kong em 2019, em que estudantes “praticamente pediam a invasão dos EUA”, diz o entrevistado.

“Infelizmente, a China está muito ‘familiarizada’ com esses truques dos países ocidentais e da mídia, onde ataques infundados à China têm servido como um ‘atalho’ para suas verdadeiras intenções.” 

“Certas pessoas em países como os Estados Unidos, ignorando opiniões científicas e partindo de seus cálculos políticos, vêm estigmatizando e manchando a China com sua tentativa fanática de culpá-la. O lado chinês rejeita qualquer forma de politização da COVID-19 e pede a todos que se dediquem a conter a pandemia. Isto não é um conflito entre nós, mas uma guerra entre a humanidade e o vírus”, diz enfaticamente. 

O fato de que a China tem conseguido um forte sucesso econômico, e teve casos como a construção em dez dias “de um hospital gigante para atender os pacientes da COVID-19”, mostra que o caminho do socialismo com características chinesas, escolhido pelo país e liderado pelo secretário-geral Xi Jinping, está correto, diz Li Baorong, e que eles seguirão em frente “para alcançar uma vitória maior”. 

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.
Redação Sputnik Brasil

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