A pandemia da covid-19 arrasta uma crise econômica mundial, aprofundada agora pela guerra na Ucrânia e não obstante as políticas diversas adotadas por governos para conter a alta nos preços. Na América Latina, região que sente com força os reflexos do problema e observa o agravamento da desigualdade e piora nos índices da fome, a Bolívia tem conseguido nadar contra a corrente. É o que revela uma matéria da BBC.
Em março deste ano, o país registrou inflação de 0,1% e acumula nos últimos 12 meses uma alta de 0,77% no indicador, enquanto a região deve chegar a 10% até o fim de 2022. O Brasil, por exemplo, registra atuais 11,3% de inflação, acima de países como Chile (9,4%) e México (7,4%) e abaixo de Argentina e Venezuela, respectivamente com 55% e 284,4% de inflação.
Segundo o texto da BBC, o sucesso boliviano não possui uma fórmula exata, mas uma das razões é o fato de haver uma taxa de câmbio fixa ao dólar estadunidense (1 boliviano = US$ 6,96), adotada por Evo Morales há mais de 10 anos. Para sustentar a taxa, o governo injeta dólares da reserva nacional no mercado, fazendo com que os custos para importação sejam menores.
Além do equilíbrio do valor dos alimentos, o litro da gasolina fica em torno de US$ 0,50 o litro – o Brasil paga atualmente US$ 1,28
Outro fator relevante é o monopólio do governo sobre a distribuição da gasolina, que impede o aumento do valor, não impactando os custos da produção de alimentos e poupando o bolso do consumidor final. Além do equilíbrio do valor desses itens, o litro da gasolina fica em torno de US$ 0,50 o litro. Para se ter uma ideia, o Brasil paga atualmente US$ 1,28.
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As políticas adotadas pelo vizinho boliviano apresentam riscos, como a possibilidade de importações aumentarem ao ponto de diminuir exportações e prejudicar empresas nacionais, com consequente perda de empregos. Foi o que ocorreu no Brasil a partir da adoção do câmbio fixo ao dólar entre 1994 e 1999. Já o câmbio flutuante, adotado para a economia brasileira desde 1999, é danoso quando a moeda desvaloriza, o que gera inflação.
Apesar das análises de especialistas sobre a política econômica da Bolívia, a matéria aponta que não é possível prever até quando o método deve funcionar, uma vez que as contas públicas podem se desregular, o PIB ser afetado e o aumento de importações gerar o mencionado prejuízo às empresas nacionais.
Parece certo, no entanto, que o governo boliviano não pretende cortar os subsídios utilizados até o momento, consciente de que o prejuízo cairia nas mãos, no bolso e na mesa da população.
A matéria completa da BBC pode ser conferida aqui.
Guilherme Ribeiro é colaborador da Diálogos do Sul.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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