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ToggleO primeiro dia da segunda fase de protestos nacionais pela demissão de Boluarte, a libertação de Castillo, o fechamento do Congresso e a criação de uma Assembleia Constituinte foi, no geral, pacífico – com excepção de algumas escaramuças pontuais e da forte repressão policial em Lima, ao final do dia.
Na capital, realizou-se uma grande manifestação, com a participação da Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP) e de forças políticas de esquerda, entre outros, que decorreu sem maiores problemas até chegar à Praça San Martín, onde um forte contingente de polícias e militares impediu a passagem dos manifestantes.
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Já na véspera, dia 3, os manifestantes da chamada “Marcha pela Paz“, convocada por polícias e militares pela Internet, e que contou com o apoio de algumas figuras da extrema-direita – as que acusam os manifestantes anti-golpe de Estado de serem “terroristas” – andou pelo centro de Lima sem problemas, indica a Prensa Latina.
Ontem, os manifestantes de esquerda, ao serem impedidos de avançar para a Praça San Martín, decidiram dirigir-se para o Parlamento, mas foram novamente impedidos de o fazer e, ao forçarem a passagem, a Polícia lançou gás lacrimogêneo contra a mobilização.
Registaram-se confrontos, alguns feridos e detidos, mas não houve disparos contra os manifestantes, como ocorreu nas manifestações de dezembro, com um saldo de pelo menos 26 mortos.
Resumen Latinoamericano
Flavio Cruz, do Perú Libre: "Se há violência, dizem que os manifestantes são terroristas, e, se o protesto é pacífico, é um fracasso
Protestos com dimensão nacional
Registraram-se manifestações, bloqueios, cortes de estradas em quase todo o país, na maioria dos casos por períodos breves ou intermitentes, com alguns incidentes isolados pelo meio. Nas regiões andinas de Puno e Cusco, os protestos assumiram um caráter permanente. [Declarações de um manifestante.
De acordo com os dados divulgados pela Superintendência de Transporte Terrestre (Sutran), ao início do dia registravam-se quatro cortes de estradas, que passaram para 25 em várias regiões do país, sobretudo no Sul, a que se juntaram mais 90 de caráter temporário em quase todas as regiões.
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Além de Puno e Cusco, há registo de paralisações e manifestações em regiões como Arequipa, Ucayali, Ayacucho, Apurímac, Junín, Huánuco, Huancavelica e Cajamarca. [Vídeos]
Em Arequipa, informa a TeleSur, a população juntou-se na Praça das Armas para participar nas mobilizações, exigir eleições já em 2023 e repudiar o governo liderado por Dina Boluarte, a quem chamam “traidora”.
Também houve um minuto de silêncio pelas pessoas que foram mortas no contexto dos protestos que têm lugar no país desde 7 de dezembro último, quando o Congresso destituiu Pedro Castillo, que foi também preso.
Algumas figuras de direita e alguns representantes da comunicação social dominada fizeram questão de desvalorizar os protestos de ontem, afirmando que “o pior já passou” e referindo-se às “lamentáveis” mortes de manifestantes como uma coisa passada, porque “os peruanos querem continuar as suas vidas com tranquilidade”.
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Já Flavio Cruz, do Perú Libre, avisou o governo de fato – que a embaixadora dos EUA em Lima não se tem cansado de apoiar – que não subestime os protestos, achando que vão passar em dois ou três dias.
Por sua vez, um comentador de esquerda, Abel Gilvonio, destacou, em declarações à Prensa Latina, que, sendo pacífica, a mobilização nacional tem grande expressão em todo o país, ainda que a imprensa diga “que é um fracasso”.
“Se há violência, dizem que os manifestantes são “terrucos” (terroristas), e, se o protesto é pacífico, é um fracasso”, acrescentou.
Redação | Abril Abril
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