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APJor: até quando o povo brasileiro vai tolerar ser representado por alguém tão baixo?

Em solidariedade, a Associação Profissão Jornalista lançou uma nota em repúdio ao comentário misógino do presidente da República. Leia a íntegra:
Redação Diálogos do Sul
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

A repórter e colunista da Folha de SP Patrícia Campos Mello, foi agredida por Jair Bolsonaro ao fazer insinuações sobre seu trabalho nesta terça-feira (18) durante a saída do Palácio da Alvorada.

A jornalista esteve diversas vezes na Síria, Iraque, Turquia, Líbia, Líbano e Quênia fazendo reportagens sobre os refugiados e a guerra e ao longo de sua carreira, se consolidou como uma das profissionais da área mais premiadas do país, além de ser a única repórter brasileira a cobrir a epidemia de ebola em Serra Leoa em 2014 e 2015. 

Em solidariedade, a Associação Profissão Jornalista (APJor) lançou uma nota em repúdio ao comentário misógino do presidente da República. Leia a íntegra:

Em solidariedade, a Associação Profissão Jornalista lançou uma nota em repúdio ao comentário misógino do presidente da República. Leia a íntegra:

Reprodução
​A repórter e colunista da Folha de SP Patrícia Campos Mello

A sociedade brasileira e o mundo acompanham, estarrecidos, os atos tresloucados de um presidente da República que, dia sim e no outro também, ultrapassam os limites da decência ao esbravejar contra a imprensa, contra jornalistas e contra qualquer um que se oponha às suas sandices.

Uma das mais nobres atividades dos jornalistas é vigiar o poder. Há quase dois séculos tem sido assim nas democracias, mundo afora. Se o presidente não se conforma com tal situação, fica clara sua incompatibilidade com o exercício do mais alto cargo do país.

Patrícia Campos Mello, como qualquer outro jornalista, não merece o tratamento recebido. É grotesco, sórdido. Fala-se “misógino”. Palavra difícil, da qual muitos em nosso Brasil não conhecem o significado: “Indivíduo que sente repulsa, horror ou aversão às mulheres”, diz o Aurélio, em uma das interpretações possíveis.

O Brasil não merece passar por isso. Nossas jornalistas não merecem um tratamento tão aviltante, tão miseravelmente rasteiro. São, em sua enorme maioria, assim como Patrícia, lutadoras para trazer a verdade dos fatos ao conhecimento do público.

A APJor soma-se às demais organizações brasileiras, de jornalistas e outras, para repudiar, com veemência, tais atos grotescos.

Até quando o povo brasileiro vai tolerar ser representado, aqui e no exterior, por alguém de uma estatura assim tão baixa? Esperamos que nem por um dia a mais.

São Paulo, 19 de fevereiro de 2020.

Associação Profissão Jornalista – APJor.

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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