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"Bolsonaro já evidenciou que povos da floresta não terão mais espaços demarcados"

"Queimadas, aberturas diárias para o gado e exploração minerária: isso tudo é típico do momento atual", alerta Cláudio di Mauro em sua coluna na TV Diálogos do Sul
Mariane Barbosa
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

Em vídeo anterior de sua coluna semanal na TV Diálogos do Sul, o professor de geografia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Cláudio di Mauro explicou que as civilizações mais antigas — os Povos da Floresta — habitam a Amazônia há cerca de 18 mil anos. “Já foram encontrados vestígios que demonstram esse passado pré-histórico”, afirma. Assista ao vídeo aqui.

Cláudio critica o fato de o Brasil não ter feito uma reforma agrária e explica que os povos que foram para a Amazônia através de “frentes de exploração”, principalmente no período militar, ocuparam a floresta de uma maneira muito diferente dos nativos.

“As tradições e a vida dessas pessoas que foram para lá, não tinha nada a ver com a floresta, mas justamente com isso foram sendo descobertas as riquezas da Amazônia”, diz o professor, ressaltando que não apenas as árvores foram exploradas e enviadas para o exterior, especialmente para a Europa, mas também os minerais encontrados em solo brasileiro, como o ouro e o manganês o foram.

Na medida em que as riquezas eram descobertas, empresas se instalaram no Brasil. “Essas empresas eram predominantemente estrangeiras. Só que agora o presidente da República que assumiu já evidenciou que os povos da floresta não terão mais seus espaços demarcados“, afirma Cláudio. 

“Aqueles que são os originários da Amazônia não terão a sua vida facilitada. Ao contrário, não terão espaço para desenvolver a sua vida”, alerta o professor. “Queimadas, aberturas diárias para colocação do gado, exploração minerária para levar os minérios brasileiros para o estrangeiro, isso tudo é típico do momento atual”, diz.

Assista ao vídeo completo em nosso canal do YouTube:


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Mariane Barbosa

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