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ToggleSegundo o jornalista Gabriel Crossley, correspondente da Agência Reuters em Pequim, a China se ofendeu com os comentários de autoridades estadunidenses que acusaram o país de “não agir rapidamente para enfrentar o vírus”, detectado pela primeira vez em Wuhan no final do ano passado, e da “falta de transparência na divulgação de informações”.
Embora a imprensa internacional tenha considerado as declarações de Lijian como “teoria da conspiração”, a verdade é que a Rússia já vinha investigando o assunto antes mesmo da manifestação do porta-voz chinês. Por orientação do Kremlin, alguns dos mais renomados infectologistas e epidemiologistas da Rússia convocados há semanas já trabalhavam com a suspeita de que o coronavírus tenha sido desenvolvido em laboratório e “plantado” em Wuhan pelos Estados Unidos.
Para a Reuters, tudo começou na quarta-feira, quando o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Robert O’Brien, disse que a pouca velocidade da reação da China ao surgimento do coronavírus provavelmente terá custado ao mundo dois meses de preparação para o surto.
Twitter / reprodução
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian
Transparência
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, rebateu no Twitter afirmando que eram os Estados Unidos que não tinham transparência.
“Quando o paciente zero apareceu nos EUA? Quantas pessoas estão infectadas? Quais são os nomes dos hospitais? Pode ter sido o exército dos EUA quem trouxe a epidemia para Wuhan. Sejam transparentes! Tornem públicos seus dados! Os EUA nos devem uma explicação!”, escreveu Zhao – sem, no entanto, oferecer evidências de que militares dos EUA sejam os responsáveis pelo surto na China.
Na quinta-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Zhao, Geng Shuang, criticou as autoridades estadunidenses por comentários “imorais e irresponsáveis” que culpam a resposta de Pequim ao coronavírus e por agravar o impacto global da pandemia.
Questionado sobre as declarações de O’Brien, Geng disse em Pequim que esses comentários, vindo de autoridades estadunidenses, não colaboram com os esforços para conter a epidemia. “O empenho da China para diminuir a disseminação deu mais tempo ao mundo para se preparar contra o vírus”, acrescentou.
“Desejamos que as autoridades dos EUA se concentrem em responder ao vírus e promover a cooperação entre os países e não em transferir a culpa para a China”.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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