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Golpe 2.8: Incêndio do Museu Nacional e a história do anti-indigenismo desde 1967

redacao
O Indigenista

Tradução:

O Museu Nacional que guardava a história dos Povos Indígenas no Brasil ardeu em chamas da queima de arquivo em 2018 como o Ministério da Agricultura em 1967. Por quê isto ocorreu? Já ocorreu isto antes na história do Brasil? Sim! Vamos aos fatos.

Na época da demarcação do do Parque Indígena do Xingu pelo Serviço de Proteção ao Índio – SPI, em 1961, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi criada pelos ruralistas contra a demarcação do Parque, e na sequência ocorreu o Golpe de 1964.

Depois da CPI e do golpe de 1964, um incêndio ocorreu no Ministério da Agricultura em 1967, onde estava arquivado boa parte do histórico do SPI, inclusive acreditava-se que o Relatório Figueiredo que denunciou os abusos da Ditadura Militar estava perdido. Depois disso foi extinto SPI e criada Fundação Nacional do Índio – FUNAI em 1967.

O impeachment de Dilma Rousseff ocorreu em 2016 e antes dele os ruralistas tinham instituído a Comissão Parlamentar de Inquérito da Funai e Incra, em 2015, para investigar a Funai e Incra contra as demarcações de Terra Indígenas e Quilombolas.

Como na década de 60, não desvendaram nenhum erro jurídico e mantiveram o blefe da elite nacional a mando da elite internacional capitalista. Derrubaram Dilma Rousseff e instauraram o caos no país. E em 2018, o Museu Nacional, local onde se reuniu a maior parte da oposição ao golpe de 2016 e os documentos de defesa dos Território Indígenas do Brasil ardeu em chamas.

Apesar das inúmeras demandas de recursos para instalação de sistemas de prevenção a incêndios e manutenção do acervo, nada foi feito. A queima de arquivo foi realizada.

Resta aos pesquisadores e pesquisadoras que têm cópias dos arquivos enviar a direção do Museu Nacional para reconstruir o acervo para que seja continuada a pesquisa sobre a história Indígena e Quilombola do Brasil, como o Relatório Figueiredo encontrado em 2012, reconstruirmos os fatos.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Redação

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