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Situação da Cultura brasileira é preocupante, diz Célio Turino

Historiador criou projeto Pontos de Cultura, iniciativa que inspirou programas culturais em 17 países, como Argentina, Bolívia e Costa Rica
Redação Diálogos do Sul
Diálogos do Sul
São Paulo (SP)

Tradução:

A TV Diálogos do Sul recebeu o historiador, escritor e consultor em Políticas Públicas Célio Turino para um bate-papo com o escritor e editor Paulo Cannabrava sobre a atual situação da cultura no Brasil. Ele foi o Idealizador do projeto Ponto de Cultura, implementado pelo ministério da Cultura (MinC) durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011). 

O projeto é uma parceria com o Estado para dar suporte aos diversos movimentos culturais espalhados pelo país. Com o tempo, a iniciativa ganhou apoio também dos governos estaduais. Outros 17 países, como Argentina, Bolívia, Costa Rica e Guatemala adotam projetos semelhantes de fomento à cultura.

Célio explica que o projeto surgiu em meados de 2004, quando ele esteve à frente da Secretaria da Cidadania Cultural do Ministério da Cultura, com a intenção de “descentralizar a ação cultural”. “Essa ideia consistia em construir alguns centros culturais nas periferias, mas eram investimentos apenas na estrutura e por sorte não deu muito certo”, diz o historiador.

Historiador criou projeto Pontos de Cultura, iniciativa que inspirou programas culturais em 17 países, como Argentina, Bolívia e Costa Rica

Mariane Barbosa
Outros 17 países, como Argentina, Bolívia, Costa Rica e Guatemala adotam projetos semelhantes de fomento à cultura.

O projeto ficou parado por um tempo por motivos internos, e quando finalmente voltou para as mãos de Turino, que na época já possuía 25 anos de experiência na área cultural, a iniciativa ganhou um novo rumo. 

“Ao invés de focar na estrutura, deveríamos trabalhar fortalecendo aquilo que o povo já faz e já desenvolve. Percebendo o povo enquanto fazedor da cultura, caberia ao Estado garantir meios para que o ‘fazer cultural’, que já acontece de forma independente, autônoma, fosse fortalecido com nosso apoio”.

Em sua obra, o historiador explica que são muitos os pontos existentes hoje. “É necessário se despir de preconceitos e fórmulas prontas, do contrário, há a tentação de tachá-los como novos CPC's (Centro Popular de Cultura da UNE, do início dos anos 60)”, afinal, a iniciativa envolve também o campo da cultura política, como “construção da autonomia, da realização plena do ser”.

Para entender melhor sobre o projeto e seus frutos para a cultura popular do Brasil, assista a entrevista completa:


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.
Redação Diálogos do Sul

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