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ToggleEm cerca de seis meses, em 9 de fevereiro de 2025, os equatorianos irão às urnas para escolher o próximo mandatário. O partido opositor Revolução Cidadã (RC, do ex-presidente Rafael Correa) selecionou Luisa González como sua candidata presidencial, as organizações indígenas nomearam Leonidas Iza como seu abandeirado, enquanto o atual mandatário conservador, Daniel Noboa, anunciou que aspira à reeleição.
No início de junho, Leonidas Iza, presidente da Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), foi proclamado pré-candidato presidencial nas eleições de 2025 pelo movimento Pachakutik, considerado o braço político da organização que ele preside.
Enquanto isso, o mandatário conservador Daniel Noboa, de 36 anos, anunciou sua decisão de aceitar a candidatura presidencial pela Ação Democrática Nacional (ADN), com o objetivo de buscar a reeleição nas eleições do próximo ano.
“A busca pela justiça tem que ser reforçada com uma reeleição; colocamos todo o coração nessa busca pela justiça, todo meu empenho, toda minha juventude nessa busca pela justiça”, disse Noboa durante um discurso.
O mandato de Noboa
Noboa exerce um mandato de apenas 18 meses, depois que seu antecessor, Guillermo Lasso, convocou eleições antecipadas após dissolver o Parlamento equatoriano. María José Pinto, atual secretária de Equador Cresce sem Desnutrição, será candidata à Vice-Presidência equatoriana, completando a dupla que competirá nas próximas eleições gerais.
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Para que Noboa possa iniciar sua campanha eleitoral, ele precisa pedir uma licença especial e deixar a chefia do Estado equatoriano para sua vice-presidente Verónica Abad, que, embora tenha sido pressionada para deixar o cargo, declarou repetidas vezes que não vai renunciar. Noboa e Abad têm tido divergências em relação à campanha de segurança empreendida pelo mandatário, que a designou como embaixadora em Israel.
A chapa de Luisa
González, de 46 anos, advogada de profissão e que já foi a candidata presidencial da RC nas eleições de 2023, terá como companheiro de chapa Diego Borja, economista e ex-ministro do governo do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017).
“Temos como vice-presidente Diego Borja e como presidente a companheira Luisa González”, indicou o bureau político da RC no Coliseu Voltaire Paladines Polo, na cidade de Guayaquil, no sudoeste do país.
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González e Borja foram proclamados em uma convenção da RC realizada em um coliseu coberto no porto de Guayaquil (sudoeste) com a ausência de seu líder Correa, que vive asilado na Bélgica desde que deixou o poder.
O ex-presidente, que não pode aspirar ao cargo devido a reformas constitucionais aprovadas após sua administração que eliminaram a reeleição indefinida, está condenado a oito anos de prisão por corrupção, o que também o inabilita a concorrer a eleições populares.
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“A Bela e Diego” e “Até a vitória sempre!”, o lema de seu governo, escreveu Correa em sua conta na rede social X ao replicar versões da imprensa nacional sobre a proclamação da candidatura de González e Borja.
Resultado de 2023 e pesquisas
Nas eleições antecipadas do ano passado, decorrentes da decisão constitucional de dissolver a Assembleia Nacional do então mandatário direitista Guillermo Lasso (2021-2023), González venceu o primeiro turno com 34% dos votos válidos, mas perdeu com 48% o segundo turno para Noboa, de 36 anos e autoproclamado de centro-esquerda.
Noboa, que assumiu em novembro para governar por 18 meses e assim completar o período 2021-2025, também foi escolhido por seu partido Ação Democrática Nacional (ADN) para buscar a reeleição no próximo ano, tornando-se o primeiro presidenciável.
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A progressista González não aparece em uma pesquisa da privada Comunicaliza do final de julho sobre a intenção de voto, liderada por Noboa com 32%. Em segundo lugar figura o ex-ministro correísta Gustavo Jalkh (15%) e o líder indígena opositor Leonidas Iza (4%). Sem ser maioria, a RC é a principal força na Assembleia Nacional com cerca de 50 de seus 137 membros.