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Sem fundamento, jornal alemão DW acusa jornalista palestina de antissemitismo

Maram Salem foi demitida do Deutsche Welle após post em sua conta pessoal no Facebook com críticas à liberdade de expressão na Europa
Saher Madkour
Pravda
Moscou

Tradução:

Atualizado em 22/02/22 às 14:10

A jornalista palestina Maram Salem foi demitida da Rede Deutsche Welle sob a acusação de discurso antissemita, devido a publicações em que apenas criticou a duplicidade de critérios, na Europa, na aplicação da liberdade de opinião e expressão. A jornalista não divulgou qualquer conteúdo referente a antissemitismo, contrariamente às alegações formuladas pela comissão de inquérito nada imparcial que conduziu as investigações sobre as questões racistas.

A comissão esteve distante da objetividade na apuração dos fatos, especialmente porque um de seus membros é israelense, o que colocou a investigação em um contexto de desconhecimento da especificidade histórica da causa palestina e da natureza do conflito entre palestinos e israelenses, o que foi confirmado pela jornalista Maram Salem em comunicado à imprensa, no qual ela observou que a rede Deutsche Welle havia se apropriado de critérios peculiares sobre este conflito.

A decisão de demissão sem justa causa a que foi submetida a jornalista falsamente acusada de antissemitismo constitui um ponto de vergonha na história da rede de comunicação social alemã “Deutsche Welle”, conhecida como (DW), o que a coloca na categoria dos defensores de um regime de apartheid e limpeza étnica que comete crimes contra a humanidade.

No caso do povo e do território palestino, esses crimes de perseguição e apartheid, conforme confirmado pelo relatório da Anistia Internacional e, anteriormente, pelo relatório da Human Rights Watch, contradizem a essência do direito da União Europeia e do direito alemão, que garantem a liberdade de opinião e expressão, como valor moral, jurídico e profissional supremo, essência do “quarto poder” em qualquer país democrático do mundo.

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A rede alemã caiu num atoleiro de desinformação praticado pelos lobbies sionistas na Alemanha, que miram vozes livres que apoiam o povo palestino e suas justas reivindicações, garantidas pelo direito internacional.

Portanto, a mídia palestina e árabe, e todos os profissionais de mídia europeus e internacionais defensores da liberdade de imprensa e da liberdade de opinião e expressão, devem levantar suas vozes em alto e bom som, em solidariedade à jornalista palestina Maram Salem, e condenar as abusivas medidas, que pavimentam o reiterado caminho da desinformação midiática praticada pelo movimento sionista e suas armas midiáticas, com o objetivo de ocultar a realidade dos crimes que o povo palestino sofre todos os dias, nas mãos do derradeiro regime de apartheid na face da Terra.

Saher Madkour é jornalista e correspondente em Gaza da Aliança RECOs e Movimento Mulheres pela p@Z!

Maram Salem foi demitida do Deutsche Welle após post em sua conta pessoal no Facebook com críticas à liberdade de expressão na Europa

Captura de tela – TRT World / YouTube
"A liberdade de expressão na Europa não passa de ilusão", publicou Maram Salem em seu perfil no Facebook

Carta da jornalista Maram Salem: “Em minha defesa!

“Acabo de ser informada de que fui demitida do meu emprego na Deutsche Welle, depois que um jornalista da Alemanha publicou reportagem na qual me acusa e acusa outros colegas de antissemitismo e de sermos anti-Israel, baseado em postagens que publicamos em nossas contas pessoais no Facebook.

No meu caso, meu post não tinha expressão nem explícita nem implícita de antissemitismo e não mencionava Israel, de forma alguma. Meu post só falava da liberdade de expressão na Europa. O post, traduzido do árabe, diz o seguinte:

“A liberdade de expressão na Europa não passa de ilusão. Muitas linhas vermelhas seriam ultrapassadas, se falássemos da liberdade de expressão. Os truques que costumamos usar (como codificar certas palavras) não visam a esconder do Facebook nossas mensagens, mas a impedir que a tradução automática exponha o que dizemos a algumas pessoas, sempre à procura de nos monitorar e perseguir-nos, para que sejamos demitidos de nossos empregos ou deportados do país”.

Por este meio, manifesto minhas preocupações de que as medidas arbitrárias tomadas contra mim tenham sido resultado de conflitos internos de interesses de trabalho e de rumores desonestos em meio aos quais me vi posta, e devido aos quais fui o bode expiatório do qual se serviu a Deutsche Welle para encontrar uma saída, no esforço para escapar da atual crise.

Como é possível que uma empresa internacional de mídia, que supostamente clamaria pelas liberdades, expulse uma funcionária por criticar a liberdade de expressão na Europa?

O processo de investigação também não foi objetivo, pois uma pessoa israelense foi contratada para o comitê de investigação externa. Além disso, as perguntas da investigação foram perguntas racistas, discriminatórias e fizeram de mim objeto a ser acusado apenas ‘por causa’ de minha identidade de palestina.

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Tudo isso ocorreu sem qualquer consideração pela particularidade histórica do conflito entre palestinos e israelenses e pela dinâmica de poder do conflito, que continua. Nesse caso, a Deutsche Welle considerou-se única parte a estabelecer os critérios para “a verdade sobre o conflito”, e sobre quem estaria certo, dentro dele. Isso, ironicamente, apesar de toda a comunidade árabe e internacional não ter conseguido resolver a crise entre as duas partes, que se arrasta já por mais de 70 anos!

Na investigação interna, o júri fez-me pergunta surpreendente, pergunta que só se esperaria que viesse de aparato de segurança a serviço de uma ditadura: “Como você poderia escrever que não há liberdades, enquanto trabalha para a Deutsche Welle”?

Essa pergunta é em tudo muito parecida ao que perguntam os oficiais das forças de segurança: “Como você ousa falar de falta de liberdade nesse país?”

Os resultados da investigação na Deutsche Welle provaram que a mera identidade palestina é usada como se fosse suficiente para acusar qualquer pessoa de antissemita. Por isso declaro, aqui e agora, que Deutsche Welle tornou-se responsável pela minha saúde mental, psicológica e fisiológica durante o processo de investigação e o próximo período. E por quaisquer consequências que advenham, relacionadas ao meu futuro profissional e à minha carreira.

Vim para a Alemanha para salvar minha liberdade, que sempre foi minha arma mais forte. Já enfrentei várias tentativas de opressão e várias ameaças em meu país, e sempre pensei que trabalhar com uma emissora de mídia internacional, que sempre falou de liberdades, seria diferente.

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Pois estava comprovadamente errada. A mídia não é realmente livre. E admite-se que uma jornalista seja perseguida publicamente apenas por dizer: “aqui, não há liberdade de expressão”.

A Deutsche Welle cancelou a minha liberdade de expressão – caso ainda houvesse alguma!

Meus queridos amigos, sempre me vi sozinha diante de minhas violações/serviços sociais, de direitos humanos e políticos. Dessa vez, contudo, preciso de vocês! O que está acontecendo agora é ataque flagrante à liberdade de expressão, aos jornalistas, e a mim só por ser palestina.

Do fundo do meu coração, espero que esse post não encontre, de resposta, o silêncio de vocês”.

#InSupportOfMaram #لا_لفصل_موظفي_الدويتشه_فيله

Ser palestino não é antissemita!


Tradução automática em www.DeepL.com/Translator (versão gratuita), revista para o português do Brasil


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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