No dia 23 de março, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, definiu que toda a venda de gás russo para países da Europa deverá ser feita em rublos. Putin justificou a decisão dizendo que não faz sentido receber pagamentos em moedas estrangeiras, após a aplicação de sanções contra a Rússia que “congelaram” os ativos russos em euros e dólares.
Em entrevista à Sputnik, o economista dos EUA e ex-secretário adjunto do Tesouro de Ronald Reagan, Paul Craig Roberts, afirmou que o presidente russo deveria cortar o fornecimento de gás no momento em que os pagamentos não forem feitos.
“Na verdade, ele deveria ter feito isso antes de lançar sua operação militar em Donbass. Não faz sentido que a Rússia mantenha vivas as economias dos países que estão enviando armas aos nazistas ucranianos para matar russos”, acrescentou Roberts.
Nesta segunda-feira (28), após resistência demonstrada por países europeus na hora de pagar pelo gás russo em rublos, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, informou que durante os próximos quatro dias a empresa de energia russa Gazprom desenvolverá um “sistema transparente e compreensível” em termos técnicos e logísticos para realizar os pagamentos.
Assim que o sistema for estabelecido, a Gazprom informará seus clientes sobre as novas regras. Peskov deixou claro que não haverá fornecimento gratuito para os “países hostis” que se recusarem a pagar em rublos.
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Também na segunda-feira (28), o ministro da Energia da Alemanha, Robert Habeck, afirmou que os países do G7 deveriam “rejeitar” as condições impostas pela Rússia, dando a entender que o bloco está preparado para “todos os cenários” inclusive um eventual corte no abastecimento de gás natural russo.
No entanto, no início da semana passada, o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, tratou com cautela a situação, dizendo que o banimento do gás da Rússia causaria uma recessão econômica nos dois países.
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O primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, admite que banimento do gás da Rússia causaria uma recessão econômica nos dois países
“Vamos acabar com a dependência [da energia russa] o mais rápido possível. Mas fazer isso em um dia, mergulharia nosso país e toda a Europa em uma recessão. Centenas de milhares de empregos e ramos inteiros da indústria estariam em risco”, afirmou o chanceler.
Para Paul Craig Roberts, a tarefa de substituir o fornecimento russo não será um movimento imediato e causará dores de cabeça aos países europeus.
“Mesmo que isso pudesse ser feito, levaria um ano ou dois, possivelmente mais, para encontrar suprimentos e construir sistemas de recepção e entrega na Europa. Se a Rússia desligar a energia agora, a Europa estaria essencialmente fechada e começaria a implorar para que Moscou religue a energia, prometendo à Rússia o que Putin quiser, o fim das sanções, nenhuma expansão da Otan, a Lua e as estrelas”, opinou Roberts.
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