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Foto: UNRWA / X

Em uma semana, Israel expulsa 60 mil palestinos da Faixa de Gaza

Zonas de Gaza evacuadas após ordens de despejo do exército de Israel contra os palestinos abrangem área de 43 km²
Redação IPS
IPS
Nova York

Tradução:

Ana Corbisier

Pelo menos 60 mil palestinos deslocaram-se em áreas do norte e do sul da Faixa de Gaza, seguindo ordens de despejo do exército de Israel e para tratar de fugir dos combates e bombardeios que continuam nesse território, como comprovaram agências humanitárias da Organização das Nações Unidas (ONU).

O Departamento de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) indicou que as zonas evacuadas na semana passada abrangem aproximadamente 43 km² e incluem cerca de 230 locais para deslocados, mais de 30 instalações de água, saneamento e higiene e cinco centros de saúde em funcionamento, inclusive o Hospital Indonésio.

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Calcula-se que mais de 80% da Faixa de Gaza recebeu ordens de evacuação desde 7 de outubro do ano passado, quando estourou o atual conflito após a ofensiva do Hamas no sul israelense.

Milhares de palestinos mortos em 9 meses

Israel respondeu com uma ofensiva militar em grande escala que já dura nove meses e deixou mais de 39.670 mortos e 90.720 feridos, boa parte deles mulheres e crianças, segundo fontes palestinas.

A população de Gaza, 2,3 milhões de pessoas em um território de 365 km², padece devido à destruição em toda a Faixa, por escassez de água potável, alimentos, serviços de eletricidade, comunicações e atenção sanitária.

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A maioria dos habitantes teve que ir para longe de suas casas para fugir de combates e bombardeios, muitos deles várias vezes, e buscaram refúgio em hospitais e escolas, ou tiveram que acampar em barracas precárias a céu aberto.

O Centro de Satélites da ONU estima que 63% de todas as estruturas da Faixa estão destruídas ou com danos de diferente nível devido aos bombardeios israelenses sobre o enclave palestino. O organismo identificou 46.223 estruturas destruídas, 18.478 gravemente danificadas, 55.954 moderadamente afetadas e 35.754 possivelmente estropeadas, para um total de 156.409, que compreendem 215.137 moradias.

Auxílios a Gaza limitados

O acesso de auxílios do exterior está seriamente limitado devido às medidas tomadas por Israel, às hostilidades ativas e aos altos níveis de insegurança, entre outros fatores indicados pelas agências da ONU.

Em meio a estes obstáculos, o volume de ajuda que se pode levar a Gaza a partir das passagens fronteiriças operativas reduziu-se a mais da metade desde o princípio de maio, quando foi fechada a passagem de Rafah, limítrofe com o Egito.

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Missões de assistência humanitária que requerem coordenação com as autoridades israelenses continuam sendo negadas e obstaculizadas. A Ocha informou que só 24 das 67 missões de ajuda previstas para o norte de Gaza foram autorizadas.

Por outro lado, o alto comissionado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, mostrou “estupor e horror” diante do comentário de um ministro israelense sobre matar de fome os habitantes de Gaza, e condenou “nos termos mais enérgicos estas palavras, que incitam ao ódio contra civis inocentes”.

Israel incita crimes

O ministro israelense de Finanças, Bezalel Smotrich, sugeriu que deixar morrer de fome dois milhões de palestinos em Gaza “poderia ser justificado e moral” para libertar os reféns que ainda estão em poder da milícia Hamas.

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“Esta declaração direta e pública corre o risco de incitar outros crimes atrozes. Tais declarações, especialmente por parte de funcionários públicos, devem cessar imediatamente, ser investigadas e, se se descobre que constituem delito, perseguidas e castigadas”, afirmou Jeremy Laurence, porta-voz do escritório de Türk.

La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Redação IPS

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