Um homem que 58 anos, desempregado pelo menos há um ano e meio, que vivia em um apartamento alugado no centro de Barcelona, se suicidou depois de dois funcionários da justiça bateram na sua porta para comunicar que seria despejado. Segundo a organização social Plataforma de Afetados pela Hipoteca (PAH) na Espanha são registrados 34 suicídios semanais pela expulsão das pessoas de suas moradias, seja por falta de pagamento do crédito hipotecário ou do aluguel mensal.
O último episódio provocado pelos despejos é de um barcelonês que vivia no bairro central de Sants, no número 14 da rua Bacardi. Logo de manhã bateu na sua porta uma comissão com a ordem judicial de executar o despejo, esgotados todos os recursos.
Segundo relataram as autoridades barcelonesas, o homem abriu a porta de casa, e após ser notificado, pediu um momento, entrou de novo em casa, abriu as janelas do pátio interior e pulou. Morreu instantaneamente.
O homem estava há mais de 18 meses sem trabalho, havia esgotado todas as prestações sociais a que tinha direito e deixou de pagar a aluguel há mais de um ano. O dono da casa, um proprietário particular e que não era um “grande proprietário” ou um “fundo abutre”, decidiu dar a ele uma margem de até seis meses antes de denunciá-lo, mas passado esse prazo iniciou o processo no Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.
PxHere
O último episódio provocado pelos despejos é de um barcelonês que vivia no bairro central de Sants.
A prefeita de Barcelona, Ada Colau, que em suas origens políticas foi a porta-voz da PAH e uma ativista importante do movimento contra os despejos, não conseguiu reverter nem paralisar os lançamentos por falta de pagamento de aluguel ou hipoteca, que é um dos grandes dramas sociais herdados da crise econômica dos anos 2011-2018. Nas estatísticas oficiais, a região com mais despejos é precisamente a Catalunha, que sofre há um lustro um deterioro econômico e social preocupante.
Para Colau, o suicídio do morador de Santis “é uma notícia terrível que não deveria ter acontecido, pois os serviços sociais haviam declarado em abril sua situação de vulnerabilidade” e criticou os juízes por “não aplicarem a moratória e continuar com o despejo”.
Ele se referia à moratória anti-despejo aprovada no governo central, do socialista Pedro Sánchez, em decorrência da pandemia. Embora os despejos tenham continuado, no primeiro trimestre do ano eles aumentaram 13,4% em relação ao mesmo período de 2020, atingindo 10.961 lançamentos.
** Tradução: Beatriz Cannabrava
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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