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EUA responsabilizam México e China por overdoses de fentanil entre estadunidenses

Consumo da forma ilícita da droga, traficada sobretudo por cartéis mexicanos, tem causado milhares de mortes entre jovens estadunidenses
Redação La Jornada
La Jornada
Washington

Tradução:

A DEA, a agência antidrogas estadunidense, pediu nesta terça (14) que o governo mexicano “faça mais” contra o cartel de Sinaloa e contra o cartel Jalisco Nueva Generación, aos que responsabiliza pelas milhares de mortes por overdose de fentanil nos Estados Unidos. 

A administradora da DEA, Anne Milgram, que testemunhou ante o Comitê de Relações Exteriores do Senado, disse que esses dois cartéis mexicanos são os principais responsáveis das mortes generalizadas causadas por fentanil, informou a agência United Press International.

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Os cartéis, originários do México, usam precursores para produzir pílulas de prescrição falsas sem qualidades médicas. “Nós estamos recolhendo fentanil nos 50 estados”, afirmou Milgram. “É a ameaça mais mortífera que nosso país tem enfrentado”, assegurou.

Consumo da forma ilícita da droga, traficada sobretudo por cartéis mexicanos, tem causado milhares de mortes entre jovens estadunidenses

DEA – EUA
A maior parte do fentanil é contrabandeado aos Estados Unidos ao longo da fronteira sul, embora pequenas quantidades cheguem pela China




Limitar mortes

O senador democrata Robert Menéndez assegurou que o México deve trabalhar com os Estados Unidos para limitar o número de mortes, mas disse que ele “não vê a disposição, nem a urgência” do país vizinho para deter a crise.

“Não sei quantas vidas mais têm que se perder para que o México se comprometa”, afirmou. “Se fosse ao contrário, eles estariam sobre nós”. 

Em seu testemunho, Milligram listou maneiras com que o México poderia melhorar sua cooperação com a DEA. Disse que os Estados Unidos estão fazendo um apelo para incrementar o intercâmbio de informação sobre o fentanil e a apreensão de precursores químicos na fronteira.

Também afirmou que a DEA quer se associar com o México para desmantelar laboratórios clandestinos ao longo do país, assim como incrementar a extradição a partir do México de indivíduos com acusações relacionadas com as drogas. 

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Miligram salientou que aos cartéis não importam se matam seus clientes – se um consumidor morre, eles o interpretam como “o custo de fazer negócios”, e agregou que os fornecedores têm acesso a mais de 100 milhões de pessoas nas redes sociais só nos Estados Unidos, criando uma “super estrada” de consumidores de droga.


Papel crítico

O senador republicano, Ted Cruz, afirmou que os agentes da patrulha fronteiriça ao longo da fronteira sul têm um “papel” crítico ao interceptar o fentanil enquanto os cartéis tentam cruzá-lo para os Estados Unidos. Argumentou que a administração de Joe Biden era responsável por lesionar a habilidade do governo estadunidense para lutar contra as drogas. 

“Esta administração tomou uma decisão política consciente para abrir suas fronteiras e um dos resultados é que converteram em multibilionários os cartéis mexicanos”, afirmou Cruz.

 “A melhor coisa que aconteceu aos cartéis da droga mexicanos na história foi que Joe Biden se convertesse em presidente”, sublinhou.


Apelo à China

A DEA apelou também ao governo chinês para acabar com as redes da cadeia de fornecimentos. Os funcionários estadunidenses dizem que a China é a líder em enviar os precursores químicos e que muitos deles terminam no México. 

Em 2022, a DEA apreendeu suficiente fentanil para matar a cada um dos estadunidenses – mais de 50 milhões de pílulas misturadas com fentanil e umas 10 mil libras de pó de fentanil. 

A maior parte do fentanil é contrabandeado aos Estados Unidos ao longo da fronteira sul, embora pequenas quantidades sejam enviadas por via aérea da China. 

Em uma declaração, um porta-voz da embaixada chinesa em Washington qualificou a postura da DEA como incorreta e acrescentou que os Estados Unidos “devem enfrentar seus problemas em vez de pôr a culpa nos outros”.

Redação | La Jornada
Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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