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ToggleMédico oncologista e dono da rede COI (Clinícas Oncológicas Integradas), com carreira na área da saúde privada, Nelson Teich desembarcou na manhã desta quinta-feira (16) pronto para aceitar o novo convite de Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Saúde.
Luiz Henrique Mandetta, titular da pasta até a tarde desta quinta, anunciou sua demissão pelo Twitter.
Teich já havia sido cotada para a pasta no início do governo Bolsonaro, mas acabou sendo preterido pela escolha política de Mandetta.
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Nelson Teich é o novo ministro da saúde
Em artigo publicado em sua página no Linkedin no último dia 3 de abril, Teich enumera ações, faz críticas à estratégia conduzida por Mandetta e se diz a favor de “um isolamento estratégico ou inteligente”, em relação ao principal ponto de desgaste entre Bolsonaro e Mandetta.
“Usando um conceito que hoje permeia a saúde, ele deveria ser personalizado. Um modelo semelhante ao da Coreia do Sul. Essa estratégia demanda um conhecimento maior da extensão da doença na população e uma capacidade de rastrear pessoas infectadas e seus contatos. Estamos falando aqui do uso de testes em massa para Covid-19 e de estratégias de rastreamento e monitorização, algo que poderia ser rapidamente feito com o auxílio das operadoras de telefonia celular”, diz o médico.
Teich ressalta, no entanto, que esse monitoramento social via celulares “provavelmente teria uma grande resistência da sociedade e demandaria definição e aceitação de regras claras de proteção de dados pessoais”.
Saúde x Economia
A principal crítica de Teich em relação à estratégia de combate à Covid-19 pelo governo é sobre o que ele chama de “polarização entre a saúde e a economia”. Bolsonaro insiste na reabertura do comércio, enquanto Mandetta defende o isolamento social como forma de achatar a curva de propagação da doença.
“Esse tipo de problema é desastroso porque trata estratégias complementares e sinérgicas como se fossem antagônicas. A situação foi conduzida de uma forma inadequada, como se tivéssemos que fazer escolhas entre pessoas e dinheiro, entre pacientes e empresas, entre o bem e o mal”, diz.
Para ele, “qualquer escolha e ação, seja ela da saúde, econômica ou social, tem que ter na mortalidade o seu desfecho final, por mais difícil que seja chegar a esses números”.
“Quando medimos os benefícios das intervenções em Saúde usando a mortalidade e o sofrimento como desfechos principais e os benefícios da intervenção econômica sendo medidos usando número de empresas que quebram e as perdas financeiras e de empregos, naturalmente criamos um conflito e uma disputa intensa e desigual que impede a percepção de objetivos e metas comuns, e não leva a cooperação no desenho de programas e políticas”.
O médico, no entanto, ressalta que “a condução até o momento foi perfeita”, sobre a política de enfrentamento à doença.
“Pacientes e Sociedade foram priorizados e medidas voltadas para o controle da doença foram tomadas. Essa escolha levou a riscos econômicos e sociais, que foram tratados com medidas desenhadas para resolver possíveis desdobramentos negativos das ações na saúde”.
Guerra
Teich termina o artigo dizendo que “é muito fácil de falar, mas muito difícil de fazer acontecer” e afirma que estamos vivendo em tempos de guerra, mas uma guerra diferente.
“Essa é uma guerra diferente, em guerras convencionais a maior busca da inovação está voltada para fuzis, aviões de guerra, armas nucleares. Nesse caso nossas maiores inovações vão estar no campo da informação, das vacinas, dos medicamentos e na capacidade de rever nossas rotinas do dia a dia”.