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Protesto contra Netanyahu durante visita do sionista à Casa Branca em 25 de julho de 2024 (Foto: Diane Krauthamer / Flickr)

Guerra genocida de Netanyahu segue padrão terrorista e impede acordo global de paz

Intenção é fazer não só de Israel, mas de todo o "Território Ocupado Palestino (Gaza e Cisjordânia, incluindo obviamente Jerusalém Leste), um Estado judeu, afirma especialista
Julio Morejón Tartabull
Prensa Latina
Havana

Tradução:

Ana Corbisier

O massacre perpetrado pelo exército de Israel na Faixa de Gaza sob as ordens de Benajmin Netanyahu confirma a execução de um plano bem urdido e maduro para eliminar física e politicamente a população palestina. A pouco mais de 10 meses da suposta “reação” ao ataque do Movimento da Resistência Islâmica (Hamas) – que mostrou a falha defensiva do Estado sionista – a rotina genocida anti-árabe confirma ser parte de um roteiro que ultrapassa a vingança.

Para o analista espanhol Jesús A. Núñez Villaverde, o primeiro-ministro Benjamín Netanyahu e os seus aproveitam a ocasião daquele ataque para aproximar Telavive de seu objetivo: obter o domínio total da Palestina histórica, desde o rio Jordão até o Mediterrâneo. Ao assassinar mais de 40 mil habitantes de Gaza, tenta-se criar uma situação de insegurança regional, ainda que benéfica para terceiros que pretendem aproveitar toda instabilidade a fim de impor seus interesses nas fontes petroleiras.

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Busca-se também “completar o projeto de fazer já não só de Israel, mas também do Território Ocupado Palestino (Gaza e Cisjordânia, incluindo obviamente Jerusalém Leste), um Estado judeu”, acrescenta Núñez Villaverde.

Sionismo e colonialismo

O plano sionista é e foi um projeto colonial, para cuja materialização seus promotores conseguiram o apoio de um dos maiores poderes imperiais do princípio do século 20, o britânico. A intenção genocida de Netanyahu segue o padrão terrorista executado ao longo de 76 anos, durante os quais Israel desprezou o direito internacional e se esforçou por ser um ente inteiramente reacionário. “O sionismo na Palestina é uma extensão do imperialismo ocidental na Terra Santa”, disse ao site digital aa.com o historiador Ussama Makdisi, acrescentando que a referência mais sólida a respeito é a Declaração Balfour de 1917 e não a ação militar de 7 de outubro de 2023.

A carta de intenção dirigida pelo chanceler britânico Arthur James Balfour à milionária família judia Rothschild, em apoio à criação de um lar nacional judeu, foi uma sobremesa disposta na cena colonialista na Primeira Guerra Mundial. Na paliçada reacionária, a perversão ideológica denominada sionismo é essencial, apesar de que os fatos na Faixa começaram a tirar-lhe credibilidade e auditório, pois a verdade está nos restos de milhares de civis sepultados sob os escombros de suas moradias bombardeadas.

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Esta etapa do conflito árabe-israelense e seu epicentro na causa palestina poderiam estender-se como evento bélico até 2025, opinou Tzachi Hanegbi, assessor de Segurança Nacional de Netanyahu. E mais, a agressividade demonstrada até hoje pelo governo sionista reduz ao máximo as probabilidades de um acordo global de paz.

Como nos tempos das Intifadas, uma total ocupação militar da Margem Ocidental do Jordão poderia tornar-se cenário de conflito, se o assunto de Gaza não conclui com uma solução viável e permanente baseada no respeito à integridade do cidadão palestino.

Discurso viciado

Os Estados Unidos compartilham seu travesseiro com a extrema-direita, evidente em seu compromisso de aprovar uma venda de armas de 20 bilhões de dólares para que Telavive possa ressarcir seu desgaste na operação contra o Hamas; mas tal benefício comercial não é bem visto pelo espaço árabe-muçulmano.

Washington e seus aliados aguardam uma solução que depende de fatos difíceis de controlar, entre os quais demandas éticas, religiosas e outras próprias de uma zona que por décadas sofreu injustiça e a ameaça dos planos sionistas.

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Em tempos de globalização, uma ação armada disparatada pode aquecer uma região e causar um efeito imprevisível, principalmente quando se cita constantemente o tema do perigo nuclear, no qual, por certo, só pode apostar Tel Aviv, único possuidor deste tipo de arma no Oriente Médio.

A esse respeito, o ministro israelense do Patrimônio, Amichay Eliyahu, declarou que todas as pessoas de Gaza são combatentes e que lançar uma bomba nuclear sobre a Faixa “é uma possibilidade”. Ainda que membros do gabinete sionista tenham se distanciado das declarações de Eliyahu, concordaram em que: “Não há lugar para a Faixa de Gaza, não deveria existir o norte da Faixa de Gaza. Qualquer um que levante a bandeira do Hamas não deveria continuar vivendo na Terra”.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Julio Morejón Tartabull

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