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Lenín Moreno e a grande traição a Rafael Correa e à Revolução Cidadã do Equador

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

A mostra mais recente do que significa a traição a um povo está sendo vivida nestes momentos no Equador, que confiou plenamente em Lenín Moreno (2018-atual) e o escolheu como mandatário graças ao ex-presidente Rafael Correa (2007-2017) que o apoiou e o honrou com o respaldo em um momento crítico para toda América Latina.

 Ilka Oliva Corado*

Ilka Oliva CoradoMas nem Correa nem os povos latino-americanos nunca podiam imaginar que ele seria o grande traidor dos últimos cem anos no continente e com todo o seu ódio e mesquinhez (porque ele sabe muito bem que jamais chegará a ser nem a sombra do sapato do Correa) atacaria as raízes da Revolução Cidadã para arrancá-la e instalar de novo no país a política do terror, da opressão e do saque. 

Lenín Moreno, mais um títere dos que abundam na América Latina, arrasta-se sedento de poder aos pés de seus amos, um pobre coitado que obedece às ordens das máfias oligárquicas em troca de migalhas que lhe lançam ao chão e as lambe faminto e agonizante. 

Pensando que seus amos vão felicitá-lo e seguir lançando migalhas, começou uma perseguição ideológica contra todo aquele que se atreva a nomear a Rafael Correa e reconhecer seu impressionante trabalho na reconstrução de um país que encontrou em ruínas. 

Para intimidar as bases da Revolução Cidadã pôs a cabeça de Correa a prêmio e apoiado pelas turbas postas a dedo que apodrecem o sistema de justiça, segue as ordens de seus amos que lhe exigiram humilhar o presidente mais digno que já teve o Equador, dirigindo uma ordem de captura que busca encerrá-lo em uma masmorra e expô-lo como um criminoso; para que a raiz não continue germinando, mas não sabe que Correa se fez povo e que habita nos montes nevados, nas ruas de terra, nas casas de adobe, nos bairros de zinco, nos caminhos verdejantes que brotam ao compasso do latido de seu coração. Correa e as bases da Revolução Cidadã são um só. 

Claro está que o que Lenín Moreno está fazendo é cópia (não acredite que tem cabeça para tanto) de toda uma trama que ataca América Latina a cada dez anos; os amos buscam os piores para que lambam seus sapatos e se ponham de quatro, para que obedeçam ordens vendendo até sua própria mãe em troca dos pontapés no traseiro que virão quando já não sirvam nem para lamber as sobras. 

 Ao Lenín Moreno se uniram os que traficam com a informação, os meios corporativos que manipulam, que escondem a verdade e que criam enormes cortinas de fumaça que tratam de impedir a visibilidade da população, para evitar a todo custo uma reação em massa que o tire imediatamente da presidência. Lenín Moreno é apenas o títere que se senta na cadeira presidencial, não é capaz de dirigir um país, está aí para receber ordens e ser a fachada do sistema político podre que busca retornar. 

Em postagem em seu Facebook em maio de 2017, Lenín Moreno escreveu: “Equador celebrou o #FestivalDaRevolução com a certeza de que suas conquistas continuarão. Rafael, até sempre companheiro, vamos sentir sua falta”.

Seu ataque não é só contra o povo equatoriano e os maravilhosos alicerces da Revolução Cidadã, é contra os povos da América Latina. Lenín Moreno, como todos os presidentes neoliberais busca acabar com a unidade e o avanço das políticas progressistas dos líderes da região. Por essa razão não só deteve o avanço da Revolução Cidadã, trata de erradicá-la e que as ingerências do capital arrasem de novo com o povo para fazê-lo padecer outra vez as misérias causadas pela imposição.

A continuidade de Lenín Moreno no governo é de responsabilidade absoluta do povo equatoriano, se estiver disposto ou não a lutar pela Revolução Cidadã e por sua liberdade. Correa fez seu trabalho e extraordinariamente a reconstrução do Equador tem o seu nome: lhe deu voz, recursos, fortaleceu a semente, adubou a terra e agora é tempo para que o povo equatoriano demonstre se a semente germinou e se dará frutos. 

Permitirá o povo equatoriano o retorno da política do terror? O retrocesso aos tempos do medo, da fome e da incerteza?  O tempo dos assassinatos ordenados a partir do governo, as torturas, os desaparecimentos forçados, as fossas clandestinas? O roubo de terras, os ecocídios? A corrupção e a política clientelista? 

Será capaz o povo equatoriano de não defender o que foi ganhado? O que mais tem que acontecer para que o Equador reaja e tire do governo um traidor como Lenín Moreno, que ele seja julgado e encerrado em uma masmorra? Tão cedo esqueceram a forma em que Correa os dignificou?

Que as manifestações recentes sejam um sopro e a chama que acenda os corações libertários daqueles que têm Memória Histórica e estão dispostos a não deixar que lhes arrebatem a beleza da Revolução Cidadã. 

*Colaboradora de Diálogos do Sul, em território dos Estados Unidos.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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