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ToggleO direitista Partido Popular (PP) explodiu em uma guerra sem quartel, entre acusações de traição, corrupção e espionagem quando a presidenta da Comunidade de Madri, Isabel Díaz Ayuso, considerada possível candidata à presidência do governo espanhol, acusou a cúpula do partido de tentar desacreditá-la atribuindo a ela atos de corrupção.
O PP ordenou abrir-lhe um expediente disciplinar que poderia terminar em sua expulsão do PP, apesar de que a política goza de uma altíssima popularidade que tem contribuído para que o partido conservador abra vantagem em relação ao governante Partido Socialista Obrero Espanhol em pesquisas de intenção de voto.
A origem da crise é um suposto contrato que concedeu à Comunidade de Madri, negociado por Díaz Ayuso, para comprar máscaras nos meses mais duros da pandemia a uma empresa especializada por um montante superior a um milhão e meio de euros. Supostamente, o intermediário e comissionista na transação foi o irmão da funcionária, Tomás Díaz Ayuso.
A presidenta madrilena afirmou que a direção de seu próprio partido, cujo presidente é Pablo Casado, pretende chantageá-la e expulsá-la da vida política após o triunfo incontestável que teve nas últimas eleições autonômicas de um ano atrás. Díaz Ayuso também acusou a diretoria do PP de haver tentado contratar uma empresa de detetives para obter informação sensível que servisse para destruí-la como figura pública.
Isabel Díaz Ayuso – Reprodução / Twitter
A presidenta madrilena afirmou que a direção de seu próprio partido pretende chantageá-la e expulsá-la da vida política
Investigação secreta
O secretário geral do PP, Teodoro Garcia Egea, negou que existisse uma investigação secreta contra a presidenta madrilenha, a quem acusou de empreender uma “campanha massiva de ataques, mentiras e calúnias” contra a direção do PP, pelo qual afirmou que o partido estuda possíveis ações legais contra Díaz Ayuso por suas imputações.
A funcionária conservadora disse que o contrato das máscaras é totalmente legal e verificado pelas autoridades competentes, ao afirmar que assegurou previamente a Casado, que nunca fez nenhum favor ilegal nem recebeu subornos.
A presidenta madrilenha asseverou que a direção de seu partido “tenta destruir-me”, ataca sua família “o mais sagrado que temos”, para “chantagear-me” e portanto exigiu medidas nas quais se assumisse algum tipo de responsabilidade.
Por sua parte, García Egea da sede central do PP, não só reiterou as suspeitas contra Ayuso, mas as alimentou ao advertir que seria aberto um expediente disciplinar contra ela que poderia derivar em sua expulsão, se no final ficar concluído que durante sua gestão ela incorreu em algo tipo de corrupção.
É uma guerra aberta que fraturou o PP em duas frentes, os que apoiam a Casado, que são os menos, e os que defendem Díaz Ayuso, que são a imensa maioria dos militantes, simpatizantes e até líderes regionais do partido.
Armando G. Tejeda, correspondente do La Jornada em Madri
Tradução de Beatriz Cannabrava
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