Na véspera de que Estados Unidos e seus aliados se reúnam de novo na base militar de Rammstein, Alemanha, para acordar o novo pacote de armamento à Ucrânia, o secretário geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, visitou nesta quinta-feira (20) Kiev para reiterar o respaldo da Aliança ao governo do presidente Volodymyr Zelensky.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declinou comentar a visita de Stoltenberg e se limitou a recordar que um dos objetivos da “operação militar especial” que a Rússia leva a cabo é “precisamente impedir o ingresso da Ucrânia à Otan, o que seria uma grave ameaça para a segurança de nosso país”.
A expansão da Otan para o leste é uma das principais preocupações do Kremlin, Mesmo sem a Ucrânia, com a recente adesão da Finlândia, no começo deste mês, a fronteira terrestre com a Rússia de países membros da Otan se duplicou: aos 1.200 quilômetros que tinha com Estônia, Noruega, Letônia, Lituânia e Polônia, os finlandeses aportaram outros 340 quilômetros.
E agora em aberto desafio a Moscou, o secretário-geral da Otan viajou a Kiev pela primeira vez desde que começou a guerra.
“A Otan está com a Ucrânia hoje, estará amanhã e o tempo que seja necessário”, afirmou Stoltenberg em uma entrevista coletiva ao término de sua visita à capital ucraniana.
Segundo o emissário da aliança, todos os membros estão de acordo que a Ucrânia, no futuro, deve formar parte da “família euro-atlântica da Otan”, e vaticinou que “com o tempo nosso apoio contribuirá para fazer isto realidade”.
Continua após a imagem
Otan/Flickr
Para Zelensky, a próxima cúpula da aliança, a ser celebrada em julho em Vilna, Capital da Lituânia, será um “evento histórico”
Mas agora, matizou Stoltenberg, o mais importante é ajudar a Ucrânia a ganhar esta guerra”, já que só assim poderá seguir sendo um país independente e terá sentido solicitar sua adesão ao bloco militar.
Por isso, os aliados “estamos fornecendo agora mais aviões, tanques, veículos blindados, e o fundo da Otan para a Ucrânia oferece apoio urgente. E tudo isto, no presente, marca realmente a diferença nos campos de batalha”, precisou também o ex-primeiro-ministro da Noruega.
Segundo Stoltenberg, os países da aliança, desde fevereiro de 2022, “já outorgaram 150 bilhões de euros de ajuda à Ucrânia”. Ele se mostrou confiante de que na reunião desta sexta-feira na base militar de Rammstein “poderemos conhecer novos anúncios sobre apoio militar específico à Ucrânia, que claramente servirão para complementar toda a assistência sem precedentes que já foi prestada”.
Por sua parte, o anfitrião Zelensky agradeceu a presença em Kiev do secretário geral da Otan e lhe pediu que mediasse com os sócios da Ucrânia para “superar os tabus” em matéria de fornecimento de armas de longo alcance e aviões modernos.
“Vemos esta visita de Jens Stoltenberg, a primeira desde que começou a guerra, como um sinal positivo no sentido de que a aliança está disposta a começar um novo capítulo nas relações com a Ucrânia, um capítulo de decisões mais ambiciosas”, apontou.
E, sem meias palavras, colocou: “necessitamos algo mais que o formato atual de nossas relações. Apreciamos que os países da aliança norte-atlântica nos ajudem com armas, mas queremos entender quando estará a Ucrânia na Otan”.
Segundo o presidente ucraniano, “já é hora de que os dirigentes da aliança definam a perspectiva de ingresso da Ucrânia à Otan, elaborem o algoritmo de avanço da Ucrânia para essa meta e ofereçam as garantias de segurança para nosso Estado durante o período até nossa adesão”.
Para Zelensky, a próxima cúpula da aliança, a ser celebrada em julho em Vilna, Capital da Lituânia, será um “evento histórico”, no qual espera que anunciem passos “específicos e concretos” sobre o futuro da Ucrânia na Otan, algo que “nenhuma barreira objetiva” pode impedir.
Juan Pablo Duch | La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
Assista na TV Diálogos do Sul
Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.
A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.
Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:
-
PIX CNPJ: 58.726.829/0001-56
- Cartão de crédito no Catarse: acesse aqui
- Boleto: acesse aqui
- Assinatura pelo Paypal: acesse aqui
- Transferência bancária
Nova Sociedade
Banco Itaú
Agência – 0713
Conta Corrente – 24192-5
CNPJ: 58726829/0001-56 - Por favor, enviar o comprovante para o e-mail: assinaturas@websul.org.br
- Receba nossa newsletter semanal com o resumo da semana: acesse aqui
- Acompanhe nossas redes sociais:
YouTube
Twitter
Facebook
Instagram
WhatsApp
Telegram