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ToggleO Conselho Internacional de Enfermeiras (International Council of Nurses) estabeleceu o dia 12 de maio como o Dia Internacional das Enfermeiras em homenagem a Florence Nightingale no dia do seu nascimento.
Florence, de origem britânica, foi a primeira mulher que estabeleceu os pilares nos quais se baseou a profissionalização da enfermagem, com o estabelecimento da sua escola no hospital Saint Thomas de Londres em 1860.
Na Argentina, o Ministério da Saúde instituiu o 21 de novembro como o Dia da Enfermagem, que coincide com a comemoração de Nossa Senhora dos Remédios, considerada a santa padroeira da atividade.
No entanto, existem outras organizações de profissionais que propõe comemorá-lo no dia 22 de novembro, na comemoração do nascimento de Cecilia Grierson, que além de ser a primeira mulher que se formou no curso de medicina, é reconhecida como a teórica que fundou a enfermagem moderna em toda a América Latina.
Mas sem dúvida, e a partir da pandemia que segue assolando vários países do planeta, as atividades desenvolvidas pelas enfermeiras ganhou uma visibilidade inédita. Tal visibilidade resultou também na publicização das lutas da categoria por melhores salários e também por melhores condições de trabalho.
Esquerda Diário
As enfermeiras novamente estão na "linha de frente" na guerra do combate a pandemia
Heroínas não, trabalhadoras da saúde
Neste momento, as enfermeiras novamente estão na “linha de frente” na guerra do combate a pandemia e convivem ainda com uma “romantização” da categoria, sendo tratadas como “heroínas”.
Porém, segundo suas lideranças, seria muito melhor que fossem realmente reconhecidas apenas como trabalhadoras essenciais ao atendimento da saúde, e neste sentido não serem submetidas a precarização de seus direitos e que lhes fosse garantida as condições de proteção sanitária.
Ao longo destes meses nos quais o coronavírus provocou isolamentos obrigatórios em vários países e uma derrubada da economia a nível global, as reivindicações por condições dignas de trabalho foram expressas nas vozes daquelas que garantem o atendimento aos contagiados.
Assim, por exemplo, Tre Kwon, enfermeira nos Estados Unidos, denunciou a precaridade das condições de trabalho nos centros de saúde de Nova Iorque.
A situação das enfermeiras em outros países mantém o mesmo denominador comum: extensas jornadas de trabalho, precarização, baixos salários e escassas ou nulas condições de segurança sanitária, como denunciado por enfermeiras da Espanha, Itália, Peru, Chile, México, Brasil e Alemanha.
Na Argentina, as enfermeiras de um dos hospitais da cidade de Buenos Aires mais importantes no cuidado de crianças denunciavam que em meio à pandemia, as autoridades queriam estender a jornada de trabalho.
No estado de Jujuy, o cuidado primário da saúde está sob responsabilidade das agentes sanitárias, conhecidas como “as das jaquetas azuis” e ainda que seu trabalho seja praticamente invisível em todo o estado, são fundamentais para o atendimento primário na saúde, porque chegam em cada família, em casa, na comunidade, são aquelas que fazem recomendações sobre a alimentação da família, dos cuidados para prevenir doenças, e também as que vêm as condições de pobreza nas quais vivem milhares.
Se a pandemia provocada pelo coronavírus serviu para algo, foi a visibilizadão massiva do importante papel das enfermeiras, é por isso que hoje mais do que nunca é necessário apoiar as suas demandas para que não sejam homenageadas uma vez por ano, mas que sua tarefa como trabalhadores da saúde seja reconhecida e seus direitos sejam garantidos.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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